[colombiamigra] Fw: [NIEM] Brasil - imigração

  • From: "william mejia" <dmarc-noreply@xxxxxxxxxxxxx> (Redacted sender "wmejia8a@yahoo" for DMARC)
  • To: Colombiamigra <colombiamigra@xxxxxxxxxxxxx>
  • Date: Sun, 2 Aug 2015 01:22:23 +0000 (UTC)


----- Forwarded Message -----
From: "'niem.migr' NIEM.migr@xxxxxxxxx [niem_rj]" <niem_rj@xxxxxxxxxxxxxxxxxx>
To: niem_rj@xxxxxxxxxxxxxxxxxx
Sent: Friday, July 31, 2015 4:25 PM
Subject: [NIEM] Brasil - imigração

 

http://www.estrangeirosbrasil.com.br/2015/07/28/sao-paulo-tem-mais-de-8-mil-alunos-estrangeiros-2/


SÃO PAULO TEM MAIS DE 8 MIL ALUNOS ESTRANGEIROS
São Paulo, 28 de julho de 2015. Uma crescente conexão multicultural entre
alunos de diferentes lugares do mundo. É assim que tem sido nos últimos tempos
entre os estudantes da rede estadual de São Paulo. São mais de oito mil alunos
estrangeiros vindos de 90 países como Congo, Palestina, Bolívia, Angola e
Haiti. Apenas no último ano, o número de estudantes haitianos, por exemplo,
aumentou em 14 vezes. Até o primeiro semestre já somavam 127 alunos vindos do
país.Harolson Gerome, de 10 anos, o mais novo aluno haitiano da E.E. Roosevelt,
se adaptou rapidamente à nova vida com novos amigos e idioma. “Eu morava no
Haiti até os três anos, depois fui para a República Dominicana. Quando eu
completei nove anos vim para cá. Não sou tímido, cheguei e fiz amizade muito
rápido. Minha matéria preferida é matemática.”“As crianças daqui já estão
acostumadas a receberem estudantes de outras nacionalidades. Elas ajudam em
tudo, no recreio, na hora de copiar a lição. Como a maioria já passou por isso,
eles sempre auxiliam de alguma forma”, comenta a professora Patrícia Tiemi da
E.E. Roosevelt.O último levantamento da Educação apontou que o ano de 2014
fechou com 8.579 estudantes nascidos em 95 nações diferentes, o que representa
11,8% de aumento em relação a 2013, quando eram 7.662 estrangeiros. Dados da
Secretaria também revelam que o país com o maior número de representantes é a
Bolívia, seguido por Japão e Paraguai.Nos últimos anos, porém, as escolas
passaram a receber alunos de regiões de conflito ou tensão social. São
estudantes vindos de regiões da África e Oriente Médio, como Angola, Síria,
Congo, Palestina e Israel.“O cadastro para o segundo semestre já está aberto e
pode ser feito em qualquer unidade de ensino. Basta o responsável apresentar um
documento válido de identidade, como o passaporte ou Registro Nacional de
Estrangeiro (RNE). Caso o aluno não tenha em mãos o histórico escolar, uma
avaliação é aplicada para definir a etapa correta”, explica Andrea Grecco,
responsável pelo Departamento de Matrículas da secretaria.As aulas do segundo
semestre letivo de 2015 começam no dia 3 de agosto.





http://www.esquerdadiario.com.br/Ser-imigrante-boliviana-no-Brasil-e-viver-uma-realidade-de-invisibilidade-e-vulnerabilidade


Ser imigrante boliviana no Brasil é viver uma realidade de invisibilidade e
vulnerabilidade

De acordo com o Censo (2010) residem 18,8 mil bolivianos maiores que 16 anos na
cidade de São Paulo. Entretanto, a estimativa do Consulado da Bolívia é de 350
mil bolivianos na capital paulista. Conversamos com Jobana Moya, imigrante
boliviana e integrante da Equipe de Base Warmis, sobre as condições de trabalho
e de vida das milhares de imigrantes bolivianas no Brasil
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Esquerda Diário - Qual a realidade da maioria das mulheres bolivianas
residentes no Brasil?Jobana Moya: Para mim é uma realidade de invisibilidade e
vulnerabilidade, digo invisível (e falo por todas as mulheres imigrantes)
porque no Brasil ainda não existe números oficiais de migrações, o que
dificulta politicas publicas para os imigrantes. Embora a constituição do
Brasil garanta o acesso a saúde e a educação para todos e todas, na prática
muitos e muitas imigrantes não tem acesso a saúde, seus filhos não tem acesso a
educação (quando tem são discriminados e sofrem até violência física). As
mulheres são as mais discriminadas nos serviços públicos e em geral pela sua
aparência, por não falar português, pelos seus costumes.ED - Quais são as
formas e condições de trabalho que exercem as imigrantes bolivianas no
Brasil?JM: A maior parte trabalha em oficinas de costura sob condições
precárias por 2 motivos: porque o dono da oficina quer ganhar mais explorando
as costureiras e costureiros ou na maior parte dos casos porque as oficinas são
terceirizadas e recebem muito pouco por seu trabalho, é quase uma questão de
sobrevivência para as costureiras e costureiros e donos num mercado que não
valoriza seu trabalho.
Muitas também são comerciantes e existem muitas profissionais que não podem
exercer sua profissão aqui porque seus diplomas não são reconhecidos, então
acabam aceitando qualquer trabalho que apareça, com o salário que queiram
pagar.ED - Quais as principais pautas que o movimento de mulheres imigrantes
luta atualmente?JM: Posso dizer pela nossa Equipe de Base:
 Políticas Públicas para imigrantes.
 Direito ao Voto
 Acesso real à educação e à saúde
 Parto Humanizado no SUS com obstetrizes e uma Casa de parto para mulheres
imigrantes
 Reconhecimento e respeito a nossa diversidade cultural 
 Não à discriminação
 Viabilização da mulher imigrante e suas problemáticasED - Deixe uma mensagem
para o leitores do Esquerda DiárioJM: Em um país como o Brasil, basicamente
formado e forjado por migrantes ao longos dos seus mais de 500 anos, um país
onde uma de suas maiores riquezas é justamente a imensa diversidade cultural,
aportada ao longo destes anos por todo o longo e continuo processo migratório
de diferentes povos, vive-se com leis forjadas no regime ditatorial e pouco se
vê de bandeiras pró-migrantes, ou mais essencial de tudo, pouco se vê de
movimentação social no sentido de alterar ditas leis, concebidas em um momento
particular onde a intolerância, a discriminação, a violência e a exclusão
faziam “sentido”, mas já não fazem sentido hoje em dia.
Caros leitores, no fundo no fundo, somos todos imigrantes e isto tem sido uma
grande consulta e um grande legado da evolução da espécie humana.


http://www.socialistamorena.com.br/estrangeiros-detonam-pais-sem-racismo/


Negros estrangeiros residentes no Brasil detonam nossa fama de “país sem
racismo”
(O norte-americano Ky Adderley, residente no Rio, e sua família. Foto: arquivo
pessoal)
Traduzi esta matéria que saiu na NPR, a rádio pública dos Estados Unidos, sobre
o racismo no Brasil.  Preparem-se para sentir muita vergonha (original 
aqui).***Por Lourdes Garcia-Navarro, da NPRHá uma piada entre os brasileiros de
que o passaporte daqui é o mais cobiçado no mercado negro porque, não importa
qual a sua ascendência – asiático, africano ou europeu – você cabe nele. Mas a
realidade é muito diferente.Estou sentada em um café com duas mulheres que não
querem ser identificadas devido à delicadeza do assunto. Uma é caribenha; seu
marido é um executivo norte-americano.“Eu achava que seria uma brasileira
típica; mas o Brasil que você vê na mídia não é o que conheci quando cheguei”,
ela me diz.Como muitos caribenhos, ela se identifica como multirracial. A ilha
de onde vem é uma mistura de raças e etnias, então ela estava eufórica de se
mudar para o Brasil, que tem a fama de ser um dos lugares mais harmoniosos
racialmente no mundo.“Quando cheguei, fiquei chocada ao me dar conta da enorme
diferença entre raças e cores, e o que esperam de você – qual é o seu papel,
basicamente – a partir da cor de sua pele”, ela diz.Mudar-se para um novo país
pode ser difícil; quando você adiciona questões raciais a isso, as coisas podem
ficar ainda mais complicadas.A outra mulher veio de Londres, e também se mudou
para o Brasil por causa do trabalho do marido. Ela se autodeclara negra.“Minha
pele é muito escura, então quando saio com meus filhos, às vezes as pessoas
perguntam: ‘Você é a babá das crianças?’ E eu tenho de explicar a eles que não,
que são meus filhos, que estou cuidando deles”, ela diz.Uma rápida lição sobre
raça e classe no Brasil: o país foi o último lugar nas Américas a acabar com a
escravidão. O Brasil também importou dez vezes mais escravos que os EUA – em
torno de 4 milhões. Isto significa que mais de 50% da população descende de
africanos, mas estes números não significaram mais oportunidades.Por exemplo:
entre os mais brancos e mais ricos, é comum ter uma babá, que tem a pele mais
escura. A mulher de Londres diz que as babás são obrigadas a se vestir de
branco.“Eu imediatamente parei de usar branco”, diz, porque estava cansada de
explicar que suas crianças eram de fato suas, apesar das deduções dos
brasileiros. “Me livrei do branco em meu guarda-roupa, não uso mais”.Como uma
mulher negra com crianças de pele mais clara, ela diz sentir medo de ser parada
pela polícia, que normalmente mira as pessoas negras no Brasil. Ela sempre
carrega os papéis que mostram que é mãe das duas crianças – algo que nunca
tinha de fazer em Londres.Ky Adderley,  um norte-americano da Filadélfia que
dirige uma consultoria em educação no Rio de Janeiro, conta que também ficou
chocado ao se mudar para o Brasil.“Sinto que o racismo aqui é muito mais
profundo do que eu senti em qualquer outro lugar”, diz.Ele conta que sabia como
se virar sendo um homem negro nos EUA. “Independentemente do tom da pele da
pessoa, há uma noção entre a comunidade negra de que se você possui um pouco de
negritude em você, você é negro e assim conseguimos construir uma comunidade
realmente rápido.” No Brasil, porém, foi difícil encontrar a mesma rede de
apoio. Então ele criou sua própria rede, com outros homens negros
expatriados.“Nós temos um grupo chamado Bros in Brazil”, diz. “É um grupo com
cerca de 15 caras agora, que vêm da Europa, África, EUA, e estão vivendo e
trabalhando no Brasil como profissionais.”Eles falam muito sobre questões
raciais. O Brasil, Adderley opina, é profundamente segregado em termos raciais,
especialmente no Rio. Quando ele caminha com seu cachorro, se não estiver
usando terno, é frequentemente questionado se é um passeador de cães
profissional.Ele diz que, no Brasil, ser simplesmente um negro educado parece
um ato subversivo.“Como uma pessoa negra, qual é seu lugar no Rio de Janeiro?
Todos os negros que eu vejo estão em empregos no setor de serviços – e quanto
mais negro você for, menos é visto”, diz. “Então o papel que você deve ter deve
ser de volta à cozinha e não do lado de fora esperando por uma mesa.”A maioria
das pessoas no Brasil fala para ele que não é uma questão racial, e ele diz que
é esta a razão do problema: as pessoas não o encaram de frente.A preocupação de
Adderley é que os problemas raciais no Brasil afetem sua filha. Tempos atrás,
uma mulher que estava fotografando a então recém-nascida lhe disse que
precisava modificar as características físicas da menina.“Bem, você pode
corrigir o nariz dela, sabe? Aperte ele. Se você apertar o nariz dela todo dia
e continuar fazendo isso, ela não terá esse nariz achatado” – o executivo
lembra as palavras que a mulher usou.A mulher de Londres diz que o racismo no
Brasil está afetando suas crianças também.“Meu filho de três anos começou a
esfregar meus braços e minha pele quando vinha da escola”, ela conta. “Ele
dizia, ‘mamãe, estou tentando apagar o negro da sua pele’.”Mas há um lado
positivo – a mulher do Caribe diz que estar no Brasil a fez muito mais
consciente sobre o problema racial. Ela se recusa a parar de usar sua cor
favorita, branco.“Por que a cor da roupa ou da pele da pessoa deveria
significar quem você é?”, questiona. “Eu sou quem eu sou. Não estou nem aí
sobre o que você pensa – esta sou eu e vou continuar a ser eu mesma.” 

http://www.abcdmaior.com.br/materias/cidades/curso-de-portugues-forma-haitianos-em-sto.-andre

30/07/2015 16:18
Curso de Português forma haitianos em Sto. André
Por: Rosângela Dias (rosangela@xxxxxxxxxxxxxxxx)Grupo de 105 pessoas
participará de formatura na noite desta sexta-feira (31/07), no Bairro
UtingaPrimeira turma se formou na cidade em 2014 pelo Pronatec. Foto: Amanda
PerobelliO curso de Língua Portuguesa e Cultura Brasileira oferecido pela
Prefeitura de Santo André formará nesta sexta-feira (31/07) sua segunda turma
de haitianos. O grupo composto por 105 pessoas receberá certificado em
cerimônia realizada a partir das 19h na Paróquia Santa Maria Goretti, em
Utinga, bairro que concentra boa parte dos cerca de 700 imigrantes do Haiti que
residem na cidade.A vinda dos haitianos para o Brasil se intensificou em 2011,
após forte terremoto que deixou mais de 300 mil mortos e milhares de
desabrigados. Em Santo André, o curso de Português tem duração de 100 horas e
foi criado em 2014 para atender a demanda e auxiliar na inserção da comunidade
no País. No ano passado, 135 alunos participaram do curso promovido por meio do
Pronatec (Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego), do governo
federal.As aulas são ministradas por três professores voluntários e acontecem
duas vezes por semana no salão da Paróquia Santa Maria Goretti. “Temos um
perfil variado, homens, mulheres, muitos com curso superior e fluentes em duas
ou três línguas”, exemplificou a diretora de Humanidades da Secretaria de
Direitos Humanos e Cultura de Paz de Santo André, Maria Ferreira de Souza,
conhecida como Loló.
História e cultura
Além de desenvolverem o idioma, os alunos conhecem um pouco da história e da
cultura do Brasil e do município onde moram atualmente. A cidade oferece outros
serviços de apoio, como auxílio na inserção no mercado de trabalho e na rede
pública de saúde.Alguns estudantes da Associação de Haitianos, com sede em
Santo André, também integram a Escola Livre de Cinema, onde desenvolveram um
curta sobre as dificuldades e esperanças da comunidade e que será exibido nesta
sexta-feira durante a formatura.“Eles estão em processo de aprendizado e a
ideia é jogar o curta na internet. Além disso, o curta é uma preparação do
grupo para a realização de um documentário que será feito por eles no futuro”,
adiantou Loló.A diretora explicou ainda que as duas primeiras turmas formadas
pelo curso deverão se tornar multiplicadoras da iniciativa no município, com o
desenvolvimento de uma cartilha de língua portuguesa que irá auxiliar outros
haitianos interessados em aprender mais do idioma e cultura do Brasil.
Troca de experiências
A diretora de Humanidades classificou o trabalho com a comunidade do Haiti em
Santo André como uma intensa experiência de troca. “Entendemos a língua como um
divisor de povos. Para pensar em trabalhar com o acolhimento é preciso passar
pelo idioma. Essa é uma demanda que apareceu com muita força no censo que
fizemos no ano passado na cidade, pois é condição de preencher uma ficha de
emprego, fazer entrevista. Tem sido um grande aprendizado”.A formatura será
realizada na Paróquia Santa Maria Goretti, localizada na avenida Nova Iorque,
20, Utinga. O evento terá a presença do ministro da Secretaria de Direitos
Humanos da Presidência da República, Pepe Vargas.Outras duas atividades de
integração acontecerão no sábado (01/08) no Parque Pignatari, uma partida de
futebol às 9h a uma roda de conversa na Escola Livre de Cinema às 15h30, com a
participação do secretário nacional de Direitos Humanos, Paulo Roberto Martins
Maldos.


http://contilnetnoticias.com.br/movel/noticias-gerais/112-plantao/22561-embaixada-do-brasil-no-haiti-cobra-propina-por-vistos-denunciam-imigrantes



Embaixada do Brasil no Haiti cobra propina por vistos, denunciam imigrantes

Relatos comprometem funcionários; governo do Acre vai comunicar a situação aos
ministérios da Justiça e das Relações Exteriores


Altino Machado, da ContilNet Notícias | em 03 de July de 2015 as 14h12 No
abrigo de imigrantes, em Rio Branco, Malio Joseph com os filhos John e
Thamara/Foto: Altino Machado

Haitianos recebidos no abrigo de imigrantes, mantido pelos governos estadual e
federal em Rio Branco, relataram nas últimas duas semanas que funcionários da
Embaixada do Brasil em Porto Príncipe, capital do Haiti, cobram propinas que
variam de US$ 1,5 mil a US$ 2 mil na concessão de vistos para que possam viajar
com destino ao Brasil em busca de trabalho.

Os relatos têm sido feitos às equipes de servidores das secretarias de
Desenvolvimento Social e de Justiça e Direitos Humanos, do governo do Acre, que
atuam na gestão do abrigo. Os secretários Gabriel Gelpke (Desenvolvimento
Social) e Nilson Mourão (Justiça e Direitos Humanos) receberam as informações
dos servidores e disseram à reportagem que vão relatar a situação aos
ministérios da Justiça e das Relações Exteriores.

A cobrança de propina para concessão de vistos já foi relatada por 20
imigrantes haitianos nas últimas semanas. Essas denúncias sempre foram
evidenciadas em entrevistas específicas de pesquisadores sobre o fluxo
migratório, mas nunca haviam sido registradas de modo formal pela a
administração do abrigo.

A partir do último convênio celebrado pelo Ministério da Justiça com o governo
do Acre, para transporte rodoviário de imigrantes com destino às regiões Sul e
Sudeste e melhorias na infraestrutura do abrigo, as autoridades decidiram
reformular o questionário preenchido com as informações socioeconômicas e
pessoais dos imigrantes que chegam ao Estado.

A substituição do formulário simplificado por um mais extenso tem revelado as
razões pelas quais os imigrantes optam pela viagem do Haiti ao Brasil, via
Acre, sem visto obtido na Embaixada em Porto Príncipe. O novo questionário
indaga o por quê do imigrante não ter obtido o visto no Haiti.

Ao responder ao quesito do formulário, os imigrantes relatam as dificuldades
para serem atendidos na Embaixada, a exigência de pagamento de propinas por
haitianos para ocuparem vagas nas longas filas que se formam no entorno do
prédio e também a exigência de pagamento de propinas para funcionários
brasileiros da Embaixada.

O fluxo constante e crescente de imigrantes pela fronteira do Acre permanece
ininterrupto mesmo que o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, tenha
iniciado uma série de reuniões e tratativas para desarticular as redes de
coiotagem que transportam homens, mulheres e crianças. Esse esforço visa a
ampliação do fornecimento de vistos no Haiti e a parceria dos governos do
Equador, Peru e Bolívia para o combate aos coiotes.

Desde dezembro de 2010, tem prevalecido a entrada pela fronteira do Acre, que
já recebeu e distribuiu mais de 40 mil haitianos. Os imigrantes percorrem uma
rota que inicia no Haiti, passa pelo Panamá, Equador, Peru e eventualmente pela
Bolívia.

Trata-se de um percurso longo, demorado, perigoso, dominado por coiotes,
funcionários e policiais corruptos que atuam nas estradas e fronteiras desses
países. Em alguns casos, os imigrantes chegam a pagar mais de US$ 10 mil à
cadeia de corrupção e extorsão, sendo que, caso tivessem acesso ao visto no
Haiti, chegariam ao Brasil em avião, de modo rápido e seguro.

Drama de Malio Joseph

O relato mais contundente dessa realidade foi feito à reportagem pelo haitiano
Malio Joseph, 28 anos, que ingressou no Brasil em 2012, deixando em Porto
Príncipe a mulher Mona, 25, e os filhos Jonh e Thamara. Ele chegou ao Acre,
obteve o visto humanitário e seguiu para Porto Alegre (RS), onde trabalha e
reside.

Malio Joseph (esquerda) durante depoimento em vídeo à professora Letícia Mamed,
com auxílio do tradutor haitiano Esdras Hector

Seis meses depois, a mulher veio para sua companhia. Posteriormente, nasceu o
filho Sendes, gaúcho, atualmente com um ano e dois meses. Os outros dois filhos
- John, 6, e Thamara, 4, - continuaram no Haiti sob os cuidados de familiares
da mulher dele.

Malio Joseph trabalha como operário numa fábrica de embalagens plásticas. Tem
carteira do trabalho assinada, ganha R$ 1,5 mil e gasta R$ 600,00 com o
pagamento do aluguel de um pequeno apartamento. Além disso, enviava
mensalmente, em média, R$ 500,00 para os cuidados da família com as duas
crianças que havia deixado no Haiti.

Com saudade dos filhos, que não via há três anos, decidiu ir buscá-los. Comprou
passagem aérea de ida e volta no trecho de Porto Alegre a Porto Príncipe e
chegou lá no dia 20 de maio. No Haiti, ficou surpreso porque na casa em que as
crianças ficaram havia mais de 20 pessoas que passaram a viver às custas dos R$
500,00 que ele mandava para as despesas de seus filhos.

No Haiti, os primeiros passos de Malio Joseph forampela retirada do passaporte
das crianças. no país, a burocracia classifica a expedição dos documentos em
normal, urgente e extramente urgente. Ele explicou que em decorrência da grande
procura por esses documentos se estabeleceu no país uma cadeia de corrupção e
ele teve que pagar pelos documentos.

Dias depois, o jovem imigrante, com os dois filhos nos braços, se dirigiu à
Embaixada do Brasil em Porto Príncipe para tentar obter os vistos das crianças.
“A fila ela imensa. Havia mais de 400 ou 500 pessoas também em busca de vistos.
Depois de algumas horas, fui avisado por uma funcionária brasileira da
Embaixada que o chefe não estava e que eu deveria voltar outro dia”, relatou.

Uma semana depois, sem os filhos, Malio Joseph voltou à Embaixada do Brasil e
se posicionou na fila para atendimento dos casos de encontro familiar. Havia
outra para os que pretendiam obter visto para trabalhar no Brasil. Ele contou
que as filas eram tão gigantes quanto as que viu na semana anterior. Chegou às
4 horas da manhã e conseguiu ser atendido por volta das 9 horas.

“Conversei com o cônsul, contei que tinha vindo buscar os meus filhos.
Apresentei vários documentos que eu tinha levado do Brasil, como comprovante de
residência e emprego, cartas de recomendação do meu patrão, do padre, e até de
gente da prefeitura de Porto Alegre. O cônsul me explicou que havia muitos
pedidos na frente e que demoraria muitos meses para eu obter vistos para as
crianças. O cônsul disse que se eu quisesse obter os vistos em quinze dias, eu
teria que pagar US$ 1,7 mil dólares por cada visto”, afirmou Malio Joseph.

O imigrante contou que ficou surpreso com a proposta e que teria respondido ao
cônsul que precisava conversar com sua mulher para ver se teriam condições de
pagar US$ 3,4 mil.

“Ganho apenas R$ 1,5 mil. Os dois vistos custariam mais de R$ 10 mil. Saí da
Embaixada muito triste, sem saber o que fazer. Conversei com minha esposa e
percebemos que pagando essa quantia ao consulado, mais as passagens aéreas das
crianças, nós teríamos um gasto de quase R$ 15 mil. Então, decidi pegar os meus
filhos e fazer a viagem até o Acre, sem documentos”, acrescentou.

Malio Joseph, que percorreu essa rota em 2012, decidiu fazer a viagem com os
dois filhos sem recorrer aos serviços das redes de coiotes. O custo da viagem
do Haiti ao Acre foi de apenas US$ 2,5 mil. Ele próprio comprou a passagem
aérea do Haiti até o Equador e a passagem de ônibus do Equador até Peru e de lá
até a fronteira do Acre.

“Foi uma viagem muito difícil, pois eu estava sozinho e tive que cuidar e
carregar as duas crianças e as malas durante cinco dias. Na verdade a viagem
foi dramática. O momento mais difícil foi na travessia da fronteira do Equador
com o Peru. Em 2012, eu ingressei no Equador pelo aeroporto. Recebi um carimbo
de entrada, mas quando eu saí do território equatoriano, por uma trilha
alternativa, guiado pelos coiotes, não recebi o carimbo de saída no meu
passaporte. Com as duas crianças, os policiais equatorianos me questionaram
demais e fiquei com medo de ser detido e deportado de volta ao Haiti com meus
filhos. Depois de muita conversa, de apresentar todos os documentos levados do
Brasil, os policiais entenderam que eu já estava com minha vida organizada e me
deixaram seguir viagem”, acrescentou o imigrante.

À exemplo de outros imigrantes, Malio Joseph, a partir do novo quesito do
formulário, contou toda a sua história. O relato foi documentado pelo diretor
da Secretaria de Desenvolvimento Social, Antônio Crispim, além de gravado, em
áudio e vídeo com 1h40m de duração, pela professora Letícia Mamed, da
Universidade Federal do Acre, pesquisadora da questão migratória.

Malio Joseph não escondia a felicidade de estar na companhia dos seus filhos e
de poder viajar gratuitamente para Porto Alegre em ônibus fretado pelo governo
federal. “Estou muito feliz com a reunião de minha família depois de tantas
preocupações e dificuldades. Quero estudar, dar estudos para meus filhos e
crescermos juntos no Brasil”, sonha o imigrante, que se dispôs a prestar os
esclarecimento para ajudar o governo brasileiro a combater a cobrança de
propina na Embaixada do Brasil no Haiti.

Outro lado

Na quinta-feira (2), a reportagem telefonou três vezes para a assessoria de
imprensa do Itamaraty na tentativa de obter alguma manifestação sobre a
denúncia. As atendentes perguntaram qual era o assunto a ser tratado e todas as
vezes lhes foi explicado. Na primeira vez, disseram que o assessor de imprensa
estava ausente, pediram o número de telefone para contato e prometeram retorno.
Na segunda, disseram que o assessor estava ao telefone e que em seguida falaria
com a reportagem. Na terceira, disseram que existtem vários assessores e que
nenhum deles estava presente para tratar da questão.

Atualização às 14h43 - Nota do da Assessoria de Imprensa do Ministério das
Relações Exteriores

“Prezado Senhor Altino Machado,

Sobre o texto veiculado em seu Blog com data de hoje, 3 de julho, informamos
que denúncias semelhantes de cobrança de valores indevidos para concessão de
vistos ocorreram em 2012 e 2013.

Carece de fundamento qualquer alegação de envolvimento de funcionários da
Embaixada em cobrança de quantias indevidas.

Trata-se de locais - sem conexão com a Embaixada em Porto Príncipe e atuando
fora de seu espaço físico - que buscam intermediar solicitação de vistos para
grupos e destes cobram taxas indevidas com o objetivo de supostamente facilitar
obtenção de visto para o Brasil.

Quando fatos semelhantes chegam ao conhecimento da Embaixada, são prontamente
notificados às autoridades locais.

Queixas formais por parte de solicitantes de atendimento consular podem e devem
ser encaminhadas à Ouvidoria Consular do MRE.

Solicitamos inclusão da resposta do MRE no texto publicado em seu Blog.

Atenciosamente,

Assessoria de Imprensa do Gabinete
Ministério das Relações Exteriores”



[mensagem organizada por Helion Póvoa Neto]


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