[colombiamigra] Fw: [NIEM] Brasil - imigração

  • From: "william mejia" <dmarc-noreply@xxxxxxxxxxxxx> (Redacted sender "wmejia8a" for DMARC)
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  • Date: Sun, 24 Feb 2019 04:05:57 +0000 (UTC)

 

   ----- Forwarded Message ----- From: nucleo interdisciplinar de estudos 
migratorios NIEM NIEM.migr@xxxxxxxxx [niem_rj] <niem_rj@xxxxxxxxxxxxxxxxxx>To: 
"niem_rj@xxxxxxxxxxxxxxxxxx" <niem_rj@xxxxxxxxxxxxxxxxxx>Sent: Saturday, 
February 23, 2019, 11:43:18 AM GMT-5Subject: [NIEM] Brasil - imigração
     


https://www.acnur.org/portugues/2019/02/15/interiorizacao-de-venezuelanos-ultrapassa-marca-de-4-700-pessoas-beneficiadas/?fbclid=IwAR1SwJNILPCsDDzVRyspEeVL7JIu52JFD3V0Fr622IRtPaP177DI8Iz6uDM

Interiorização de venezuelanos ultrapassa marca de 4.700 pessoas beneficiadas

Com apoio das Nações Unidas, governo federal realiza novo voo nesta sexta-feira 
e sábado. Mais cidades aderiram à estratégia.

15 Feb 2019


Um total de 226 venezuelanos abrigados em Boa Vista (RR) serão interiorizados 
para oito cidades brasileiras nesta sexta-feira (15) e sábado (16). Eles serão 
acolhidos por 11 abrigos dirigidos por seis instituições da sociedade civil 
localizados em: Porto Alegre (RS), Caxias do Sul (RS), Goioerê (PR), Curitiba 
(PR), Rio de Janeiro (RJ), São Paulo (SP), Guarulhos (SP) e Belo Horizonte 
(MG). Este será o 40º voo da Força Aérea Brasileira (FAB) na 24ª etapa do 
processo de interiorização.

A interiorização desta semana marca uma nova etapa da Operação Acolhida, que 
presta ajuda humanitária aos solicitantes de refúgio e imigrantes venezuelanos 
que chegam ao Brasil em busca de proteção e assistência. Novas cidades, como 
Belo Horizonte e Caxias do Sul, aderiram à iniciativa por meio de novos 
parceiros da sociedade civil.

Às 8h, o voo partirá de Boa Vista, capital de Roraima, com destino a Curitiba. 
Na cidade, serão recebidas 90 pessoas e um grupo de outras 19 seguirá para o 
município de Goioerê, no interior paranaense. Da capital do Paraná, outra 
aeronave levará 23 pessoas até o município gaúcho de Canoas. De lá, 16 
acolhidos seguirão de ônibus para Porto Alegre e mais sete para Caxias do Sul.

A próxima parada do voo original será o Rio de Janeiro. Na capital fluminense, 
ficarão mais 32 pessoas, 21 divididas em dois centros de acolhimento e mais 11 
em residências de parentes. Os demais interiorizados seguirão, em voos 
distintos, para os aeroportos de Guarulhos e Belo Horizonte. O Estado de São 
Paulo será responsável pelo acolhimento de 24 venezuelanos, 18 na capital e 
seis em Guarulhos.

Na capital mineira, última etapa da jornada, serão recepcionadas 26 pessoas, 
divididas em dois centros de acolhimento distintos. Um grupo de 11 
interiorizados seguirá viagem até a cidade de Montes Claros, no norte de Minas 
Gerais.

No sábado (16), outro grupo de 12 pessoas sairá de Boa Vista (RR) rumo a Natal 
(RN). O destino final é a cidade de Caicó. Nessas duas etapas de 
interiorização, o perfil é composto, majoritariamente, por famílias.

Operação Acolhida – Ao todo, 4.564 pessoas já foram transferidas de Roraima 
para 17 estados brasileiros, por meio da estratégia de interiorização, um dos 
pilares da Operação Acolhida – lançada em fevereiro do ano passado pelo governo 
federal para coordenar a ajuda humanitária aos solicitantes de refúgio e 
migrantes oriundos da Venezuela. A Operação Acolhida reúne as Forças Armadas, 
ministérios da Esplanada, agências do Sistema ONU no Brasil e entidades da 
sociedade civil organizada.

A estratégia de interiorização é apoiada por diversos órgãos, como os 
ministérios da Cidadania, da Defesa e da Saúde, a Casa Civil da Presidência da 
República, Estados, prefeituras e organizações não governamentais. Do Sistema 
ONU, estão diretamente envolvidas a Agência da ONU para Refugiados (ACNUR), a 
Organização Internacional para as Migrações (OIM), o Fundo de População das 
Nações Unidas (UNFPA) e o Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento 
(PNUD). Essas organizações identificam locais de acolhida ao redor do país e 
realizam melhorias estruturais nos abrigos, além de prestar orientações sobre 
as cidades de acolhida.

Em Boa Vista, as pessoas que aderem voluntariamente à estratégia de 
interiorização são registradas, documentadas e imunizadas, além receber 
informações sobre as cidades de destino, condições para serem abrigadas e 
materiais informativos sobre o acesso a serviços e assistência à saúde. As 
pessoas interiorizadas são acompanhadas durante o voo até as cidades de destino.

O intuito da estratégia de interiorização é reduzir o impacto da chegada de 
solicitantes de refúgio e migrantes venezuelanos em Roraima, permitindo que 
tenham novas oportunidades de integração e ingresso no mercado de trabalho, 
recomeçando suas vidas e contribuindo para o crescimento das novas comunidades 
de acolhida.

 

| Interiorização pelo país |
| Amazonas | 503 |
| Bahia | 70 |
| Distrito Federal | 250 |
| Goiás | 13 |
| Mato Grosso | 169 |
| Mato Grosso do Sul | 116 |
| Minas Gerais | 64 |
| Paraíba | 205 |
| Paraná | 524 |
| Pernambuco | 237 |
| Rio de Janeiro | 274 |
| Rio Grande do Norte | 91 |
| Rio Grande do Sul | 850 |
| Rondônia | 117 |
| Santa Catarina | 504 |
| São Paulo | 768 |
| Sergipe | 35 |
| TOTAL | 4.790 |



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https://g1.globo.com/rr/roraima/noticia/2019/02/21/apos-ordem-para-fechar-fronteira-venezuelanos-correm-para-comprar-mantimentos-no-brasil.ghtml

Após ordem para fechar fronteira, venezuelanos correm para comprar mantimentos 
no Brasil
   
Fronteira foi fechada na noite desta quinta-feira (21); na quarta tanques foram 
vistos em cidade fronteiriça. Em Pacaraima, comércios ficam lotados: 'correndo 
contra o tempo'.
      
 Por Alan Chaves e Emily Costa, G1 RR — Boa Vista 
 
 21/02/2019 16h56  Atualizado há 9 horas  
                           
 Em meio à ordem do presidente da Venezuela Nicolás Maduro para fechar a 
fronteira com Brasil na noite desta quinta-feira (21), venezuelanos entraram no 
país para comprar estoques de mantimentos em Pacaraima (RR). 
    
 "Estamos correndo contra o tempo o mais rápido possível para poder passar 
antes que a fronteira feche", disse o venezuelano Genson Medina, de 22 anos, 
que nesta tarde comprava mantimentos em um comércio de Pacaraima, a 215 km da 
capital Boa Vista, onde há intensa movimentação, antes do fechamento da 
fronteira, que aconteceu às 20 horas (horário local).. 
     
     
 Venezuelanos cruzam fronteira levando mantimentos para casa — Foto: Alan 
Chaves/G1 RR 
    
 No pronunciamento, o líder chavista disse que a fronteira entre os dois países 
seria "fechada total e absolutamente até novo aviso". Às 20 horas, começou o 
bloqueio. 
      
 O anúncio de Maduro foi feito em meio à pressão para que ele permita a entrada 
de ajuda humanitária oferecida pelos EUA e por países vizinhos, incluindo o 
Brasil, após pedido do auto-proclamado presidente interino Juan Guaidó. Maduro 
vê a oferta dessa ajuda como uma interferência externa na política do país. 
   
"Eu acho que os venezuelanos estavam prevendo que a fronteira seria fechada 
porque hoje o movimento aqui quase dobrou. De meio dia até uma hora foi o maior 
volume de compra, uns 30% a mais que em dias comuns", disse o comerciante 
brasileiro Orandir Cardoso, 53 anos. 
   
 Em Brasília, o governador do estado, Antônio Denarium (PSL), disse acreditar 
que, embora crie um "clima tenso" na região, a decisão do presidente da 
Venezuela Nicolás Maduro de fechar a fronteira com o Brasil não impedirá a 
entrega de alimentos e medicamentos aos cidadãos do país vizinho. 
     
     
 Venezuelanos fazem fila para comprar mantimentos em comércio na fronteira do 
Brasil — Foto: Alan Chaves/G1 RR 
    
 Morador de Santa Elena de Uairén, primeira cidade venezuelana após a 
fronteira, Nelson Rodrigues, 34, decidiu comprar tudo em dobro para estocar 
alimentos em casa. 
   
 "Vou levar mais por precaução. Fechar a fronteira é ruim porque nós precisamos 
comprar comida aqui", disse Nelson se referindo à escassez de comida e remédios 
no país em crise.

"Nem temos estimativa de quanto vendemos, porque sai tudo muito rápido", 
afirmou Osmar Cardoso, 55, comerciante brasileiro. 
      
Tanques em cidade fronteiriça
   
 Um dia antes do anúncio de Maduro, o exército venezuelano movimentou tanques 
na cidade de Santa Elena de Uairén, a 15 Km da divisa com Brasil, na tarde de 
quarta-feira (20). 
   
 A movimentação foi registrada por moradores e divulgada em redes sociais. Ela 
ocorreu um dia após governo brasileiro anunciar que, em cooperação com os 
Estados Unidos, vai ofertar ajuda humanitária ao país a partir de sábado (23). 
      
 Ricardo Delgado, ex-prefeito de Santa Elena e integrante da oposição ao 
governo Maduro, disse em entrevista ao G1 que os cinco tanques já estavam na 
cidade há anos, mas foram movimentados numa “tentativa de intimidar a população 
frente à ajuda humanitária”. 
   
 Ele disse que no sábado, 300 voluntários venezuelanos devem ajudar a levar a 
ajuda anunciada pelo Brasil. O material, segundo ele, deve ser transportado em 
três caminhões venezuelanos. 
   
 O G1 procurou o Itamaraty nesta quinta acerca da ajuda humanitária à Venezuela 
mas não obteve retorno. 
   
 No twitter, o deputado nacional venezuelano pelo Estado de Bolívar, Américo De 
Grazia, publicou imagens dos tanques pelas ruas de Santa Elena. Ele acusou 
Nicolás Maduro de ser "usurpador" e disse que a mobilização é para impedir a 
ajuda de entrada humanitária no país. 
     
     
 Pela manhã, fronteira teve fila gigantesca de venezuelanos entrando no Brasil 
— Foto: Alan Chaves/G1 RR 
    
 Segundo Fátima Araújo, moradora e comerciante da região, os tanques foram 
levados para abastecer e depois colocados em uma base militar da fronteira onde 
permaneciam até às 11h (13h de Brasília) desta quinta. 
   
 Por telefone, o vice-cônsul da Venezuela em Roraima José Martír disse que não 
vai comentar sobre o assunto. 
   
 Procurada, a assessoria do Exército em Roraima informou que "a situação é de 
normalidade" entre Brasil e Venezuela e que as atividades militares permanecem 
normais na fronteira. "Continuamos na nossa missão de fiscalizar e controlar a 
faixa de fronteira", informou. 
    
 Desde agosto, um decreto de Garantia da Lei e da Ordem (GLO) dá poder de 
polícia às Forças Armadas em Roraima. A medida está em vigor até março e 
garante a "proteção das instalações e atividades relacionadas ao acolhimento de 
refugiados". 
  

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https://migramundo.com/fechamento-de-fronteira-na-venezuela-preocupa-venezuelanos-no-brasil/
 
Fechamento de fronteira na Venezuela preocupa venezuelanos no Brasil
  Por MigraMundo Equipe -   22 de fevereiro de 2019 
 “As decisões políticas, como sempre, afetam mais os cidadãos do que eles 
mesmos”, desabafa venezuelana com familiares na região de fronteira

Por Rodrigo Veronezi
Em São Paulo (SP)

A escalada da crise na Venezuela que levou o governo de Nicolás Maduro a fechar 
as fronteiras com países vizinhos – incluindo o Brasil – preocupa venezuelanos 
já estabelecidos no Brasil e gera impactos diretos sobre a população que vive 
nas regiões fronteiriças.

 “Estamos todos na expectativa do que vai acontecer. O impacto é grande para 
nós, venezuelanos, e cidadãos brasileiros que vivem na fronteira, além de 
brasileiros que têm família na Venezuela”, resume a jornalista venezuelana Alba 
Gonzalez, que vive atualmente em Campinas (SP). Ela já morou em Santa Elena de 
Uairén – primeira cidade venezuelana após o cruzamento da fronteira com o 
estado de Roraima – e ainda têm familiares na região.
 
A dinâmica entre as duas cidades, é afetada diretamente pelo fechamento da 
fronteira. Há tanto brasileiros que trabalham e/ou estudam no país vizinho como 
venezuelanos que têm a mesma rotina do lado brasileiro. Na última quinta-feira 
(21) era possível notar aumento do movimento de venezuelanos fazendo compras em 
Pacaraima em virtude do fechamento iminente da fronteira – o que aconteceu de 
fato ainda na quinta.

“Por aqui assistindo fico muito preocupada em relação à minha família”, diz 
Alba. A situação tende a ficar mais tensa dependendo do período pelo qual a 
fronteira ficar fechada – e com ela, os efeitos sobre o cotidiano binacional 
nesta e em outras regiões de fronteira com a Venezuela.

“As decisões políticas, como sempre, afetam mais os cidadãos do que eles 
mesmos”, desabafa Alba.

Outros venezuelanos que vivem no Brasil e foram procurados pelo MigraMundo 
expressaram a mesma preocupação, mas não quiseram se pronunciar publicamente. 
“É pressão demais”, disse um deles.

Entenda o caso

A decisão de fechar a fronteira por parte de Maduro ocorre dois dias após o 
governo brasileiro comunicar que pretende realizar uma operação, em conjunto 
com os Estados Unidos, com o suposto objetivo de entregar donativos ao país 
vizinho. No Brasil, o governo de Jair Bolsonaro se colocou à disposição para 
ajudar nessa operação, o que ajudou a elevar os ânimos na região

O envio de ajuda para os venezuelanos que sofrem com a crise econômica se 
tornou um foco de luta de poder entre Maduro e Juan Guaidó, presidente da 
Assembleia Nacional – e dominada pela oposição – e autoproclamado presidente 
interino da Venezuela após Maduro assumir um novo mandato em eleição 
questionada por boa parte da comunidade internacional..

Na manhã desta sexta-feira (22), militares venezuelanos abriram fogo contra um 
grupo de civis que tentava ajudar a manter aberta a fronteira da Venezuela com 
o Brasil. Ao menos duas pessoas morreram e dezenas ficaram feridas – nas redes 
sociais e em aplicativos de mensagem circulam diversos vídeos e fotos que 
seriam referentes ao conflito.
Venezuelanos tentam chegar ao Brasil, apesar do bloqueio imposto pelo governo 
venezuelano.
Crédito: Reprodução
Os feridos foram atendidos em Roraima – ambulâncias passam normalmente, segundo 
o coronel Georges Feres Kanaan, coordenador da Força Tarefa do Exército em 
Roraima, que gere a operação de acolhida a venezuelanos em Roraima.

Com a fronteira fechada no posto entre Santa Elena e Pacaraima, venezuelanos 
que tentam entrar no Brasil buscam outros caminhos por meio de trilhas na área 
rural.

De acordo com o coronel Kanaan, todas as pessoas sob os cuidados da Operação 
Acolhida – tanto migrantes como brasileiros que atuam na região – estão sob 
proteção. 

Reações

Em nota, a ONG Conectas Direitos Humanos defende uma saída para o impasse por 
meio de vias diplomáticas e apela às autoridades para que o “foco das atenções, 
neste momento de tensão, esteja voltado às pessoas que estão em situação de 
vulnerabilidade”. 

“A manutenção do impasse pode dificultar ainda mais a já grave situação do povo 
venezuelano duramente afetado pela crise humanitária no país vizinho e ainda 
causar impactos na vida dos migrantes e refugiados venezuelanos que estão 
acolhidos no Brasil”. 

“Nós, os cidadãos temos que ser vigilantes desse processo. Colombianos e 
venezuelanos temos que conviver. Agora, trata-se de subsistência. Aqui não 
existe guerra, a guerra é entre os poderes. Entre os cidadãos não há guerra. 
Com cada pessoa que falo tem algo a contar sobre como essa dificuldade entre os 
dois países nos afetam”, afirma Rosa, que também é vendedora de doces, em 
entrevista ao jornal Brasil de Fato, a partir da cidade venezuelana de San 
Antonio de Táchira, na fronteira com a Colômbia.

O número atual de refugiados e migrantes da Venezuela em todo o mundo é de 3,4 
milhões, segundo a Agência da ONU para Refugiados (ACNUR) e a Organização 
Internacional para as Migrações (OIM). A Colômbia abriga o maior número (mais 
de 1,1 milhão), seguido por Peru (506 mil), Chile (288 mil), Equador (221 mil) 
e Argentina (130 mil). O Brasil é o sexto da lista, com 96 mil.

“Esses números ressaltam a pressão sobre as comunidades anfitriãs e a 
necessidade contínua de apoio da comunidade internacional, num momento em que a 
atenção mundial está voltada para os acontecimentos políticos dentro da 
Venezuela”, disse Eduardo Stein, representante especial de ACNUR-OIM para 
refugiados e migrantes venezuelanos.

Ainda segundo o ACNUR e OIM, os países latino-americanos concederam cerca de 
1,3 milhão de permissões de residência e outras formas de status regular aos 
venezuelanos. Desde 2014, mais de 390 mil pedidos de refúgio foram apresentados 
por venezuelanos, sendo 232 mil só em 2018.

 A ONU alerta ainda que o fechamento da fronteira com o Brasil pode aumentar os 
riscos de violência em relação aos refugiados e imigrantes e pede que as 
pessoas que precisam de proteção tenham a possibilidade de solicita-la. “Muitos 
que deixam a Venezuela precisam de proteção”, declarou Andrej Mahecic, 
porta-voz do Alto Comissariado da ONU para Refugiados. “É importante que essas 
pessoas possam pedir proteção”, insistiu.

Em agosto de 2018, venezuelanos que estava acampados pelas ruas de Pacaraima 
foram atacados e tiveram seus pertences queimados por moradores locais. O 
estopim da revolta teria sido um assalto e agressão a um comerciante 
brasileiro, supostamente cometido por venezuelanos. 


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https://www.infomoney.com.br/minhas-financas/turismo/noticia/7936807/decreto-vai-liberar-vistos-dos-eua-canada-japao-e-australia-diz-jornal
20 fev, 2019 09h51 - Atualizada em 09h52  
Decreto vai liberar vistos dos EUA, Canadá, Japão e Austrália, diz jornal

O decreto seria feito graças a uma brecha na Lei de Migração; brasileiros 
seguem precisando de visto para visitar os países
Decreto vai liberar vistos dos EUA, Canadá, Japão e Austrália, diz jornal - 
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https://oglobo..globo.com/rio/a-maior-colonia-japonesa-do-rio-tenta-preservar-historia-em-itaguai-6109998

A maior colônia Japonesa do Rio tenta preservar a história em Itaguaí
E não param de receber descendentes fugindo da crise em seu país de origemO 
Globo15/09/2012 - 22:51/ Atualizado em 15/09/2012 - 22:52

RIO - Uma terra de nome tupi é onde mais se fala japonês no estado do Rio. Em 
Itaguaí, região metropolitana, espalham-se nikkeis (descendentes), que tentam 
preservar vestígios da História, enquanto arrumam a casa para receber de volta 
os filhos. Atraídos, nas décadas de 1980 e 90, pelo canto da então pujante 
economia japonesa, eles retornam, empurrados pela crise e pelo pânico 
pós-tsunami. E impõem o desafio: reabilitar clubes e associações que marcam as 
colônias pelo mundo, que, no caso de Itaguaí, estão abandonados ou em estado 
precário de conservação. No auge da presença brasileira no Japão, o número 
chegou a 316.967. Desde então, vem caindo: 312.582 em 2008, 267.456 em 2010 e 
em 2011, ano do terremoto, 210.032, conforme dados do Consulado Geral do Japão. 
Itaguaí é a maior colônia do estado do Rio.

Álvaro Honda, de 29, viveu um enredo que se repete entre descendentes. Foi um 
dekassegui (“aquele que vai juntar dinheiro para depois retornar a seu país”) 
por 11 anos. Primeiro, trabalhou numa fábrica de bancos de carros. Era uma 
média de 12 horas por dia. Depois, numa empresa que produz pratos de macarrão 
vendidos em lojas de conveniência. A crise econômica atingiu em cheio as 
pretensões de Álvaro, que viu amigos voltarem para o Brasil mesmo antes da 
tsunami que devastou o país em março de 2011.

— Com a tsunami e o acidente em Fukushima, piorou de vez. No mercado faltou 
alimento, água. E a gente tinha a preocupação com a radiação, minha mulher 
estava grávida — conta Álvaro, que voltou em julho do ano passado, para 
trabalhar com o pai (logo após as tragédias, o Ministério da Ciência do Japão, 
de fato, confirmou ter encontrado substâncias radioativas em alimentos vindos 
da região).

Álvaro foi um dos primeiros da nova leva de nikkeis a regressar para Itaguaí. A 
cada semana, chegam outros. As novas gerações voltaram para os campos e para o 
comércio local. A estimativa não-oficial é que o número chegue a 50 famílias (o 
último censo feito na região, há dez anos, indica que havia cerca de 460 na 
colônia de Itaguaí).

A viagem de volta dos filhos de japoneses em nada lembra a que trouxe seus 
ancestrais em 1939. De navio, demoravam em média 40 dias para chegar aqui. Aos 
13 anos, Aiko Hayasaka veio de Tóquio, primeiro rumo a São Paulo, com quatro 
irmãos e seus pais. Entre frases em japonês e outras em português, explica que 
só aprendeu a segunda língua aos 45 anos, depois que seu marido morreu.

— Na época da guerra, a gente não podia falar nada em japonês. Ameaçavam a 
gente de prisão. Foi o pior período. O mais difícil é manter a língua japonesa 
na memória das novas gerações — conta Aiko, de 85 anos, lembrando que são três 
alfabetos, num total de duas mil letras.

Em março, depois de 22 anos de Japão, Gilberto Hayassaka, de 56 anos, filho de 
Aiko, retornou com a mulher, a filipina Marieta, de 40, e o filho Ishiro, de 1 
ano e 9 meses.

— Meu filho não ganhava mais como antes. Por isso, voltou — diz a matriarca.

— Hoje, se fala muito em contaminação da água, do leite, das verduras. E todo 
mundo está em pânico — completa Gilberto, que trabalhava numa siderúrgica, em 
Kenagawa, distante 232 quilômetros de Fukushima..

— Depois da catástrofe, nada fica normal. Para quem é de lá não há outra 
alternativa. Mas para os descendentes, a terra natal é o destino — afirma 
Cláudio, sobrinho de Gilberto, integrante da chapa única que concorre, este 
mês, à diretoria do Itaguaí Bunka Clube.

Os dez mil hectares do clube, que abriga a associação da colônia, ainda revelam 
traços de um cotidiano recente, de não mais de dez anos. Ali se treinava 
beisebol, num campo de medidas oficiais, o gatebol (popular entre os jogadores 
com mais de 50 anos) em oito pequenos campos, e o softball. A equipe de sumô 
era conhecida. O lazer da colônia era todo em torno do clube, hoje alugado a 
uma ONG. Há explicações variadas para o abandono. A debandada de jovens rumo a 
uma vida de novas oportunidades na terra dos pais contribuiu. Mas, para o atual 
presidente, Paulo Kajishima, o motivo principal foi o assassinato de um 
caseiro, decapitado dentro do clube.

— Quando eu era criança, tudo da colônia era em função do clube. Não existia 
lazer fora — lembra Paulo, filho de japoneses.

No dia 3 de agosto, Keiko Kawadi, de 30 anos, voltou. Passou dez anos entre 
idas e vindas. E viu de perto, no ano passado, os efeitos do terremoto no ânimo 
dos dekasseguis. Era medo o que via entre os colegas de trabalho, numa fábrica 
de chocolate em Osaka. Ao ponto de uma conhecida, brasileira, ter largado tudo 
e voltado na semana do terremoto. Há dois anos, seu irmão caçula voltou a 
Itaguaí com a ajuda do governo japonês. Mesmo sem o auxílio, que não é mais 
oferecido, ela optou por voltar. Além de tudo o que a afastou de lá, um motivo 
a empurrou de volta: o filho de 3 anos, Leonardo, que ficou com a avó, no 
Brasil. Seu primo Marcos Makino, de 32 , também trabalhou no Japão e voltou há 
cinco anos.

Com uma riqueza simbólica peculiar, e fora de sua terra, os imigrantes 
enfrentam, por aqui, o complexo desafio de deixar sua história registrada e, ao 
mesmo tempo, reproduzir a estrutura social e de lazer dos ascendentes. Os 
clubes são fechados e apenas os descendentes podem participar. Em Itaguaí, os 
templos budistas e as fotos e registros compartilhados entre os mais velhos são 
hoje os únicos fóruns para driblar a falta de outros espaços. É no templo 
Hoshoji, onde cânticos e sermões têm legendas em português e japonês, que se 
encontram livros, jornais e até mimos como um acupunturista. Há planos de 
reabrir um curso de japonês, que já existiu na cidade. O monge Jyun Sho 
Yoshikawa, chamado de padre pelos fiéis que acompanham as celebrações, esteve 
no Japão em julho de 2011. Ele visitou as áreas devastadas pela tsunami e viu 
muitos brasileiros querendo retornar.

A historiadora Mariléia Inoe, autora do livro “No outro lado nasce o sol: O 
trabalho dos japoneses e seus descendentes no estado do Rio de Janeiro”, ajudou 
a escrever parte dessa história, ao se debruçar sobre dados sobre o fluxo de 
mão de obra para o Japão entre os anos 1970 e o começo desta década, e sobre a 
vida de famílias japonesas pioneiras na agricultura da Baixada Fluminense e de 
Itaguaí. Ela enxerga um movimento cíclico nessa mão de obra, ora atraída pela 
chance de juntar dinheiro no país-mãe, ora repelida pela conjuntura japonesa ou 
por desilusões pessoais.

Fabrício Matsunaga, de 30 anos, decidiu voltar em 2008, no auge da crise no 
Japão, considerada a pior desde a Segunda Guerra. Ex-estudante de Direito no 
Brasil e operário no Japão, ele hoje é um pequeno agricultor e se dedica às 
goiabas. Da terra do pai, trouxe a família que formou por lá e memórias nada 
românticas. Entre abril de 2009 e março de 2010, o governo japonês chegou a 
incentivar a volta de imigrantes, com um pagamento de 300 mil ienes, o 
equivalente a R$ 7,8 mil.

— Tinha muita gente desempregada por lá. Com o país em crise, vi muito 
brasileiro morando na rua. Para mim, a terra de oportunidades foi uma ilusão — 
conta Fabrício, que foi sem falar japonês.

— Eles tinham um Japão idealizado. Um Japão que não existe mais lá. A volta é 
um pouco traumática. Não se sentem nem mais daqui nem de lá — explica a 
historiadora.

O Brasil é hoje, segundo a estudiosa, a maior colônia japonesa fora do Japão. 
São 1,5 milhão denikkeis, cerca de um milhão deles em São Paulo. O Rio, explica 
ela, era lugar de reimigração. Na época da Segunda Guerra, atraída pelo baixo 
preço das terras, cerca de 25 famílias por mês desembarcavam na Mazomba, 
pequeno bairro de Itaguaí. Há hoje 23 associações japonesas no estado. A 
influência foi forte também na Baixada Fluminense.

Na terra, com a qual osnikkeismantêm uma relação quase sagrada e a qual se 
dispunham a domar, ficaram as marcas do êxito: foram pioneiros em técnicas de 
plantar tomate e goiaba (cujo aroma é marca pelas terras da Mazomba). Papucaia 
e Funchal, bairros de Cachoeiras do Macacu (na Região Serrana, próximos a 
Itaguaí), atraíram, nos anos 60, parte desses imigrantes, e até hoje a goiaba é 
ponto alto na economia dali.

— O medo deles é perder a História — resume Mariléia.


[mensagem organizada por Helion Póvoa Neto]
  __._,_.___     Enviado por: nucleo interdisciplinar de estudos migratorios 
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