[Coaching_2005CWB] Xamã dos yanomamis brasileiros alerta contra a venda da Amazônia

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  • Date: Tue, 16 Oct 2007 18:16:51 -0300

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Xamã dos yanomamis brasileiros alerta em Londres contra a venda da Amazônia

Da France Presse


*16/10/2007
16h20*-Davi Kopenawa, xamã e porta-voz da Comunidade dos Yanomami do Brasil,
advertiu em Londres contra os perigos da campanha que está em voga na
Grã-Bretanha sobre a compra da Amazônia para evitar sua destruição,
afirmando que a única coisa que pode salvar a floresta é a proteção das
comunidades e terras indígenas. "A floresta está acabando, os rios estão
doentes, a terra está cansada e os yanomamis estão morrendo", afirmou
Kopenawa em uma coletiva de imprensa.

O xamã se referia à campanha lançada pela organização Cool Earth, fundada
por um milionário britânico, Johan Eliasch – nomeado pelo primeiro-ministro
Gordon Brown como um de seus assessores especiais sobre desmatamento -, que
promove a idéia de comprar pedaços da Amazônia para protegê-la. "Agora
querem comprar pedaços da floresta. Mas a terra não pode ser comprada. Não é
carne, não é roupa, que se compra e vende. A terra é nossa vida, e nós
sempre a protegemos", afirmou.

"A terra tem só um coração, e é ali que está a alma, a felicidade. Não
podemos deixar que isso seja destruído", ressaltou. "Essa gente (do Cool
Earth) tem que respeitar as comunidades que vivem lá. Precisam vir conversar
conosco", acrescentou Kopenawa, que viajou a Londres para o lançamento de um
documento, batizado "O progresso pode matar", da organização Survival
International.

Segundo cifras da Cool Earth, a organização já comprou 32 mil acres (13 mil
hectares) no Brasil e no Equador. Davi se reuniu na tarde desta terça-feira
com deputados no Parlamento, e na quarta-feira deve entregar uma carta ao
primeiro-ministro na Downing Street, alertando sobre os perigos que a
Amazônia e as comunidades indígenas correm. Na entrevista coletiva, o
diretor da Survival International, Stephen Corry, ressaltou que a campanha
da Cool Aid não é séria e que tira a atenção de uma "solução verdadeira"
para a Amazônia.

Esta campanha "permite comprar uma pequeníssima fração" da selva, admitiu.
"Algo equivalente a um balde de água no Mar do Norte". "Mas o problema não é
este, mas sim que tira o foco do verdadeiro problema, que é a proteção da
terra e as comunidades indígenas", advertiu Corry. A Survival Internacional
estima que 50 milhões de acres (mais de 20 mil hectares) de selva amazônica
sejam desmatados a cada ano.

No relatório, a Survival International alerta que os projetos para
desenvolver as tribos de suas terras tradicionais e "impor o progresso"
provocam uma miséria incomensurável nas comunidades, cuja cultura e modo de
vida estão ameaçados pela mineração e pelo desmatamento. Afirmou ainda que
foi comprovado que a separação da terra está vinculada a crises sanitárias e
sociais nas comunidades indígenas, incluindo doenças físicas e mentais, como
a obesidade, a depressão, a dependência de drogas e os suicídios.

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