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  • To: Camaradas (Correio eletrônico) <analistas2002@xxxxxxxxxxxxx>
  • Date: Wed, 27 Oct 2004 12:04:39 -0300

> Cássia Eller
> Laudo aponta erro médico 
> Ricardo Miranda
> Do Correio Braziliense 
> 
> 
> 27/10/2004
> 07h16 - RIO - Cássia Eller não morreu: nem a artista, para os fãs da mais
> vigorosa cantora do rock brasileiro; nem as circunstâncias rumorosas em
> que partiu, em 29 de dezembro de 2001. Dois anos e dez meses depois de
> Cássia morrer na Casa de Saúde Santa Maria, em Laranjeiras, na zona Sul do
> Rio de Janeiro, o Ministério Público Estadual denunciou erro médico no seu
> tratamento. Um laudo pericial divulgado na terça, feito por uma equipe de
> médicos e farmacêuticos reunidos pelos promotores, afirma que o
> atendimento dado a Cássia foi contra-indicado para tratar qualquer
> paciente que pudesse ter feito eventual uso de álcool ou de outra droga. O
> MP pediu ao promotor Alexandre Themistocles, da 6ªPromotoria de
> Investigação Criminal, que indicie os médicos responsáveis por crime de
> homicídio culposo, com pena de até três anos de cadeia. O hospital já
> informou que vai pedir uma perícia independente. 
> 
> ''A não utilização da terapêutica adequada trouxe ao menos uma diminuição
> das chances de recuperação da paciente'', informa o laudo do MP, ''ficando
> demonstrada a falta do tratamento adequado devido à vítima por parte dos
> profissionais médicos que a atenderam quando da admissão no hospital onde
> faleceu.'' O primeiro erro dos médicos, segundo o parecer, foi não terem
> feito uma lavagem gástrica imediata, ''apesar de haver relato de álcool e
> provável ingestão de cocaína (...) para impedir que as substâncias tóxicas
> continuassem a ser absorvidas pelo organismo''. 
> 
> Além dos sintomas com que chegou ao hospital - náuseas, vertigens,
> desidratação, agitação psicomotora e confusão mental -, havia o relato das
> percussionistas Elaine Silva Moreira, a Lan Lan, e Thamyma Brasil, que a
> levaram ao hospital e disseram aos médicos que ela provavelmente havia
> bebido e cheirado cocaína desde a noite anterior. A lavagem só foi feita
> depois de seu encaminhamento ao CTI (Centro de Tratamento Intensivo), logo
> após a primeira parada cardiorrespiratória. A essa altura, diz o laudo,
> uma diálise poderia salvá-la, o que também não foi feito. 
> 
> Como aconteceu 
> Segundo o laudo do MP, os médicos não apenas deixaram de usar os
> medicamentos adequados como, mais grave ainda, aplicaram os errados. O
> laudo afirma que não houve a utilização de sedativos que seriam indicados,
> como o Diazepam (benzodiazepínico), apesar de a paciente pedir por
> sedação. Em seu lugar, Cássia foi medicada com Plasil (metoclorpramida).
> Segundo o laudo, o medicamento, que foi injetado na veia, ''pode acelerar
> a absorção de qualquer droga presente no organismo.'' Houve, então, a
> utilização de adrenalina e atropina, igualmente contra-indicadas nos casos
> de infarto com utilização de álcool ou cocaína. Meia hora depois da
> aplicação de Plasil, Cássia estava morta. Laudo do hospital: ''Infarto
> agudo do miocárdio.'' 
> 
> ''Os médicos no Brasil trabalham às cegas nos hospitais e acabam chutando
> com o que é mais comum'', aponta a farmacêutica Eliani Spinelli, que fez
> parte da equipe que elaborou o laudo. ''Tudo isso é a verdade, houve
> claramente negligência por despreparo médico. Tinham que ter verificado na
> hora, pela urina, a presença de cocaína, e fazer uma lavagem gástrica. E
> depois entrar com uma medicação antídoto para cortar os efeitos, e não
> para piorar seu estado. Ela morreu em sofrimento'', lamenta o diretor do
> Centro de Toxicologia de Brasília, o toxicologista Otávio Brasil. 
> 
> A reviravolta no caso ocorre um ano depois de o próprio Ministério Público
> ter pedido o arquivamento do inquérito. Na época, o juiz Joaquim Domingos
> de Almeida Neto, da 29ªVara Criminal, negou o arquivamento e determinou
> uma investigação mais profunda. O novo parecer do MP, assinado pelos
> promotores Fernando Chaves e Flávia Ferrer, da assessoria criminal do MP,
> com o aval do procurador-geral em exercício, Celso Fernando de Barros,
> muda os rumos do processo e abre caminho para a família de Cássia Eller
> entrar com uma ação civil pedindo à Casa de Saúde Santa Maria indenização
> pelos danos causados. 
> 
> ''Sempre soubemos que a alegação da clínica, de que Cássia teria tido uma
> overdose, não era verdadeira. Agora o laudo comprova que houve erro
> médico'', diz Marcos André Campuzano, advogado de Maria Eugênia Martins,
> companheira da cantora. ''O mau atendimento na clínica ceifou a vida de
> uma artista que estava no auge e que ainda teria muito sucesso.'' A eterna
> garotinha Cássia morreu aos 39 anos deixando seus fãs saudosos e, agora,
> indignados. 
> 
> Entenda o caso 
> Na época da morte, o laudo foi inconclusivo sobre causa de parada cardíaca
> 
> * No dia 29 de dezembro de 2001, a cantora Cássia Eller morre na clínica
> Santa Maria, em Laranjeiras (zona sul do Rio), após sofrer quatro paradas
> cardíacas. Ela tinha 39 anos e havia sido internada horas antes. Amigas
> dizem que a artista tinha bebido cerveja e poderia ter usado cocaína. A
> polícia registra o caso como morte suspeita 
> * O corpo da cantora é necropsiado. O exame revela que Eller não tinha
> doença aparente nem lesão externa que pudessem ter provocado as paradas
> cardíacas 
> 
> * A polícia passa a investigar a possibilidade de a morte ter sido
> provocada pelo medicamento Plasil, que Cássia recebeu na clínica. O
> fabricante do Plasil afirma que não havia registro de parada cardíaca
> provocada pelo remédio. A clínica nega que tenha havido erro médico 
> 
> * Os exames toxicológicos feitos pelo Instituto Médico Legal não
> encontraram drogas nem álcool no sangue, vísceras ou urina da cantora 
> 
> * O laudo final do IML indica que Eller morreu em conseqüência de um
> infarto seguido de quatro paradas cardiorrespiratórias. Os peritos afirmam
> não ter elementos técnicos suficientes para determinar o que provocou a
> primeira parada cardiorrespiratória 
> 
> * No dia 1º de fevereiro de 2002, a Polícia Civil encerra as investigações
> 
> 
> * O Ministério Público arquiva o caso, mas a Justiça recusa e o devolve
> aos promotores 
> 
> * Uma nova perícia feita pelo Ministério Público Estadual provoca uma
> reviravolta no caso. O laudo do Ministério Público, revelado ontem, indica
> que a morte de Cássia foi provocada pelo medicamento Plasil, que seria
> contra-indicado para usuários de álcool ou outro tipo de drogas 
> 
> * A assessoria criminal do Ministério Público recomenda que os médicos que
> atenderam a cantora sejam denunciados por homicídio culposo
> 

"Nobody can give you freedom. Nobody can give you equality or justice or 
anything. If you're a man, you take it."

Malcolm X, Malcolm X Speaks, 1965


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