[Sistemas] Sony mirando o mercado de otá — digo, audiófilos

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  • Date: Fri, 20 Feb 2015 06:51:21 -0200

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Sony mirando o mercado de otá — digo, audiófilos


Ninguém discorda que existe moda, status. As calças feitas na China por 
centavos passam a custar centenas de reais quando ganham uma etiqueta de marca. 
O consumidor sabe disso, ele está comprando o nome, não o produto. É uma 
relação estranha, mas honesta, se você descontar os bolivianos escravos que 
costuram as etiquetas.

Em outras áreas isso não ocorre. Há um esforço ativo de tungar o consumidor, e 
nem me refiro a placas de vídeo que otimizam seus drivers para mentir para os 
programas de benchmark. É bem pior, pois é um tipo de consumidor que defende 
ardentemente a safadeza: o audiófilo. 

Esqueça os enochatos os vegans, os chatos do Whey. O audiófilo é um sujeito que 
fala duas horas sobre o equalizador valvulado novo que comprou, descreve em 
detalhes os botões, as formas de onda geradas, a potência RMPO PRM FDO FDP 
sustentada em modo dinâmico, e tudo que você perguntou foi “esse elevador tá 
subindo?”.

O Audiófilo existe bem antes dos hipsters, ele alimenta uma indústria que vive 
de vender produtos caros e inúteis, como cabos de fibra óptica com malha 
metálica de isolamento, pois como sabemos campos magnéticos afetam luz. Você 
nunca fez o experimento de dobrar o feixe de uma lanterna com um ímã?

Há espertos vendendo cabos USB por US$ 695,00. Cabos de áudio tradicionais, em 
versão audiófilo custam milhares de dólares, aí gente ruim sem coração faz um 
experimento e descobre que os audiófilos não conseguem distinguir quando o 
sinal passa por um cabo caríssimo e quando passa por um cabide de arame. 
Pataqueuspa!

No caso dos analógicos, claro que um cabo decente é importante, mas decente 
significa algumas dezenas, não milhares de dólares. No caso dos digitais é mais 
simples: ou funciona ou não funciona, não existe sinal digital “fraco”. Toda 
uma série de algoritmos de correção de erro foram criados justamente para 
evitar isso. Quando um pacote não chega correto, ele é retransmitido. Se isso 
não é possível, erros são reportados. Quem tem SKY sabe como é, quando o tempo 
fecha.

O sinal apenas trava, em geral congelando em uma tela cheia de erros de 
descompressão MPEG2. No tempo das TVs analógicas teríamos chuviscos, estática, 
etc.

Claro, isso não impede o pessoal de tentar faturar em cima dos audiófilos, e o 
novo na brincadeira é a Sony, com isto:



É um cartão micro-SD Classe 10 de 64 GB. igual ao que você compra em qualquer 
camelô, sendo que esse não é de papelão, claro. É um cartão honesto, que com 
certeza vai atender todas as suas necessidades, mas está sendo vendido como…

Para Som Premium.

Som. Premium. Afinal os bits que compõe seus arquivos .FLAC (não vou nem usar 
MP3, seria zueragem demais) soam melhor quando armazenados em células nas 
memórias NAND-Flash especiais para áudio. Assim quando o circuito de leitura 
puxa o valor da célula e ela retorna zero ou um, se aquele bit em especial virá 
como ZERO ou UM, ou até com reverb, ZERO RO RO RO…

Isso claro tem um preço. US$ 155,00. Quanto isso é meter a faca? Digamos assim, 
um cartão da Sandisk, com as mesmas características mas de uso geral custa NO 
BRASIL com o dólar nas alturas, US$ 65,00; mas podemos melhorar.

Este aqui:



Sabe quanto custa, na Amazon? US$ 28,95.

Acha um absurdo? Com certeza é, mas não demonize a Sony, ou não demonize 
sozinha. Todo mundo faz isso. A não ser que você ache normal um cabo micro-USB 
custar R$ 69,00 (ou R$ 35, na promoção) por ser “oficial” da Motorola.

Fonte: TV.

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