[colombiamigra] LLAMADO PARA PARTICIPAR EN INVESTIGACION SOBRE MIGRACIONES CLANDESTINAS EN AMERICA

  • From: william mejia <wmejia8a@xxxxxxxxx>
  • To: "colombiamigra@xxxxxxxxxxxxx" <colombiamigra@xxxxxxxxxxxxx>
  • Date: Sun, 29 Jan 2012 17:49:18 -0800 (PST)

Dentro del área de estudio está, entre otros países, Colombia

saludos

william 

----- Forwarded Message -----
From: "Veissière,  Samuel" <sveissiere@xxxxxx>
To: SUNTA <urbanth-l@xxxxxxxxxxx> 
Cc: "rosimartins1@xxxxxxxxxxxx" <rosimartins1@xxxxxxxxxxxx> 
Sent: Friday, January 20, 2012 2:31 PM
Subject: [SUNTA] Call for research participants: CLANDESTINO: Desejos, 
Fronteiras e Mobilidade nas Américas Clandestinas
 

 
 
Dear colleagues, 
 
We are looking for contributors for an ongoing research
project on “clandestine” border-crossings, livelihoods and epistemologies in
the Américas (please see project description—in Portuguese—below).  We are
particularly interested in experimental, creative, narrative, autoethnographic,
visual, and film approaches.
 
Keywords: “clandestine” migration, borders,
border-epistemologies, (l)a Américas (esp. Southern Cone & Amazon region)
 
Please circulate!
 
Principal investigator: Samuel Veissiere, UCN / 
PPGCS-Antropologia, UFPA-Belém sveissiere@xxxxxx or samuel.veissiere@xxxxxxxxx 
Funding body: CAPES (Brazil) 
 
 
 
 
=
 
CLANDESTINO: 
Desejos,
Fronteiras e Mobilidade nas Américas Clandestinas
 
 
3 - INTRODUÇÃO
 
            Este projeto decorre
de oito anos de pesquisas antropológicas sobre migração, mobilidade, e modos de
vivências e resistências transnacionais num contexto pan-americano e
transatlântico (Veissiére, 2011). O projeto iniciou com um estudo de economias
informais nas ruas de Salvador da Bahia (Veissière, 2007), e, a partir de uma
analise de transações culturais, econômicas, e romântico-sexuais entre
brasileir@s desfavorecid@s e turistas estrangeiros, desdobrou-se numa
investigação de buscas subalternas de mobilidade global. Qual era o processo de
conscientização de brasileir@s marginalizad@s que decidiam sair do país? Quais
eram as realidades sociais, culturais, e econômicas das quais queriam sair?
Quais outras realidades e sonhos procuravam? Porque escolhiam avenidas de
mobilidade global através de parceir@s estrangeir@s? Quais novas vivências
transacionais e histórias de vida surgiam neste contexto transatlântico?
            De outro lado, temos
investigado a experiência de migração, travessias ilegais, e vivências
clandestinas de trabalhadores brasileiros na Guiana francesa. As mesmas
questões surgiam: porque migrar? Porque buscar a idéia de um mundo melhor,
muitas vezes pagando o preço com perigo,  preconceito, da ausência de direitos
humanos, ou até em muitos casos, pagando com suas vidas?
            Mas além de
violência, sonhos quebrados, e até morte, subsistem estes desejos de migrantes,
que continuam atravessando selvas ou entrando em relações disfuncionais em
busca do sonho da mobilidade.
            No caso das diásporas
econômico-sexuais que partiam da Bahia, estes desejos entre homens “brancos” e
mulheres racializadas e exotizadas inscreviam-se parcialmente na violência
simbólica da história colonial.  No caso dos trabalhadores clandestinos na
Guiana Francesa, porém, existiam fatores de mediação destes desejos de
mobilidades além de incentivos meramente econômicos. Nestes casos também, qual
era o papel—a força—então, da violência simbólica colonial na construção destes
sonhos de El Dorado do “primeiro mundo”, ou simplesmente destes desejos de
outros horizontes—que o antropólogo francês Michel Franck chama de désir
d'ailleurs (Franck, 200?)? Para muitos migrantes subalternos, como por
exemplo clandestinos brasileiros na Guiana Francesa ou no Canadá, conseguir
chegar, viver e trabalhar no país de destino não sai de uma dimensão simbólica.
Tais migrantes vivem dentro da idéia do primeiro mundo sem ter acesso
aos seus direitos e privilégios, e em condições de vivência e redes sociais
muitas vezes mais precárias que as que eles deixaram para trás. 
            Além de necessidade
para investigações etnográficas mais amplas e comparativas das trajetórias,
travessias, e vivência de migrantes, a questão das dimensões simbólicas na
mediação dos desejos e experiência de migrante permanece aberta. 
 
 
4 – JUSTIFICATIVA
 
            Nas ciências sociais,
e até na esfera “publica” do mundo globalizando, o conceito de mobilidade tem
virado palavra-chave. Mas o que será mobilidade? Para o sociólogo Britânico John
Urry (2010), no contexto do capitalismo global, o “capital de mobilidade” tem
se tornado mais uma necessidade, junto com outras formas de capitais (humano,
social, cultural, financeiro, etc.). A possibilidade de se mover então, passou
de um privilégio ou luxo a mais uma categoria imperativa nas economias de
competição do capitalismo tardio: ou, em outros termos, a mais uma tirania. 
Paradoxalmente, muitos tipos de
fronteiras (fronteiras de classe e inclusão social, e fronteiras geográficas
entre Sul e Norte, entre outras) têm se fortalecidas agressivamente. Capital,
ou imperativo de mobilidade, sim, mas para quem? Temos ouvido mais e mais sobre
fluxos e paisagens (Appadurai, 1996) de ideais, pessoas, mercadorias, e
tecnologias, muitas vezes com a falsa impressão que estes fluxos se movem e
flutuam livremente. Mas no mundo atual, a maioria do mundo não se move,
não atravessa fronteiras internacionais, e não atravessa fronteiras de classe e
acesso a participação social, econômica e política dentro dos seus países. O
fim da era do estado-nação pode ter acontecido para acionários de corporações
multinacionais, mas não para o povo; para a grande maioria do povo humano.
            No contexto do
Brasil, Mercosul, e a América Latina contemporânea, a dialética entre
neoliberalismo e novos populismos tem facilitado e restringindo
novas mobilidades, muitas das quais acontecem e permanecem na esfera
clandestina. São agora novas diásporas “ilegais” de peruanos, colombianos,
bolivianos e paraguaios no Ecuador dolarisado, no Brasil, na Argentina,
no Chile. Mas também argentinos no Brasil, dominicanos na Colômbia, colombianos
em Panamá, etc. Muitos africanos, asiáticos, e até europeus, no entanto, tem se
virado para o Mercosul e América Latina nas suas buscas de mobilidade global.
Mas a diversidade destas “Américas Clandestinas” vai crescendo: 
a maioria dos europeus e
norte-americanos que decidiram se mudar para o Brasil, por exemplo, permanece
no país de maneira “ilegal”, e em quantidades que vão cada vez crescendo
(Veissiére, 2011).
            Na útima década, a
exportação de políticas neoliberais desde o Norte no primeiro lugar, e a volta
da esquerda na América do Sul num segundo plano tem consideravelmente
restringido as possibilidades de entrada na America do Norte para a maioria dos
latino-americanos. Paradoxalmente, mesmo neste contexto de um melhoramento
gradual das suas condições de vidas de origem e de fronteiras internacionais
menos permeáveis, o fluxo de latino-americanos  (inclusivamente de brasileiros)
que entram clandestinamente nos E.U. e no Canadá tem crescido. Bairros inteiros
de cidades como Toronto ou Boston, por exemplo, estão agora conhecidas como
“Little Brazil”. 
 
 
5 – OBJETIVOS
 
            Como fazer sentido
destas novas mobilidades clandestinas nas Américas? Como fazer sentindo deste
Brasil e desta América Latina dentro da qual mais imigrantes querem entrar
(mobilidade Norte→Sul), fora da qual mais migrantes querem sair (Sul→Norte), e
através da qual mais diásporas “locais” estão emergindo (Sul↔Sul)?
            Como fazer sentido,
então, destas dinâmicas de mobilidade, e das suas dimensões físicas, simbólicas
e experiências?
 
            Este projeto, pois,
se propõe de analisar estas novas fronteiras e mobilidades clandestinas nas
Américas desde o ponto de vista das representações, desejos, e experiências de
migrantes clandestinos, com ênfase nas seguintes dimensões: 
 
·         Uma analise global e crítica dos mecanismos
econômicos, políticos, culturais e simbólicos que produzem desejos de
mobilidade, com um foco particular nas tensões e novas dialéticas entre o
neoliberalismo e a volta da esquerda na América Latina; 
·         Uma investigação e relato, de maneira
comparativa, das leituras locais e “vernáculas” da modernidade e da
globalização dos atores sociais que decidem migrar: como é que eles entendem a
globalização e suas realidades sócio-econômicas,  e quais aspectos da
modernidade eles escapam e buscam? 
·         Uma investigação etnográfica comparativa das
travessias de fronteiras, das experiências, e dos modos de vivências de
migrantes clandestinos nas Américas.
·         Uma coleção comparativa de historias de vidas e
narrativas de migrantes clandestinos.
·         Até a eventual identificação de interlocutores
adicionais, a coleção de narrativas e histórias de vidas de migrantes estão
previstas nos seguintes contextos:
▪   Várias comunidades diaspóricas no Brasil, na
Amazônia, e na Argentina (bolivianos, peruanos, europeus, paraguaios, e
“mochileiros”).
▪   Comunidades de brasileiros clandestinos no
Canadá, E.U., e Guiana Francesa.
▪   Modos de vivências clandestinas nas seguintes
zonas de fronteiras (Brasil-Peru, Brasil-Colombia-Peru,
Brasil-Argentina-Paraguay, Colombia-Panamá). 
▪   Trechos e travessias de migração clandestinas
transnacionais, como foco nas redes de “coyoteros” que seguem o trecho
Colômbia-Panamá-América Central-México com destino aos E.U. e Canadá. 
 
 
 
6 - METODOLOGIA
 
Este projeto será realizado numa
perspectiva etnográfica, comparativa, e artística. Isto necessita em primeiro
lugar uma abordagem qualitativa de observação de participante, ou de
participação nas vidas e experiências dos interlocutores desta pesquisa.
Como previamente mencionado,
grande parte deste projeto será direcionado para educar um público geral,
internacional, e não acadêmico. Plataformas de difusão narrativas,
audiovisuais e criativas serão utilizadas neste fim.  Uma rigorosa abordagem
científica, porém, será mantida na construção do projeto. 
A coletânea titulada la misére
du monde, dirigida pelo sociólogo Pierre Bourdieu, oferece um excelente
exemplo do tipo de narrativas que serão produzidas neste projeto. 15 anos
depois da sua publicação, la misére du monde continua a atingir e educar
um público geral. Além de uma breve introdução teórica, o livro e composto
exclusivamente de narrativas de pessoas marginalizadas sobre suas vidas. 
Como conhecer e escolher
interlocutores, como fazer perguntas, quais perguntas fazer, permanece um
trabalho fundamentalmente antropológico. Mas outras coisas precisam ser ditas
nas vozes dos interlocutores. 
 
Redes, trechos e contatos
percorridos e adquiridos pelos pesquisadores durante anos de pesquisas
etnográficas em vários pontos das Américas (Brasil, Colômbia, Guianas,
Argentina, Chile, Peru, Ecuador, Bolivia, Panamá, Canadá, E.U.) serão
utilizados como ponto de partida pra recolher historias de vidas de migrantes.
A consultoria de vários colegas
acadêmicos e no setor não-governamental que trabalham com migração será
solicitada para identificar interlocutores. 
A consultoria de especialistas em
filmes etnográficos e filmes de arte será também solicitada. 
 
 
 
7 -
BIBLIOGRAFIA
 
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redes: as mediações da cultura urbana. In: Além dos territórios. Ana Maria 
                            Niemeyer
e Emilia Pietrafesa de Godói (orgs). Campinas: Mercado de Letras.
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                       modos de
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Territórios e identidades sobre escalas de organização sócio-espacial 
                       num bairro
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Festa na Cidade: o circuito bregueiro em Belém-Pará.
                                                        
Tese de Doutorado, Antropologia, USP.
COSTA, Xavier.
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DE CERTEAU, Michel. 1994   A
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Sage Publications.
FORTUNA, Carlos. 1999   Os novos
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LEFEBVRE, Henry. 1991   A vida
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MENEZES, Marluci. 2000   Do
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RODRIGUES, Carmem Izabel. 2006  
Vem do bairro do Jurunas: sociabilidade e construção de identidades 
                         entre
ribeirinhos em Belém-Pa. Tese de Doutorado, Antropologia, UFPE.
SIMMEL, Georg. 1983   Simmel.
Sociologia. Coleção Grandes Cientistas Sociais. São Paulo: Ática
WANDERLEY, M. Nazareth Baudel.
2000   A emergência de uma nova ruralidade nas sociedades modernas 
                           avançadas.
Estudos de Sociedade e Agricultura, nº 5.
 
 
 
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