[colombiamigra] Fw: [NIEM] Brasil - imigração

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  • To: Colombiamigra <colombiamigra@xxxxxxxxxxxxx>
  • Date: Sun, 28 Jun 2015 05:50:37 +0000 (UTC)


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From: "'niem.migr' NIEM.migr@xxxxxxxxx [niem_rj]" <niem_rj@xxxxxxxxxxxxxxxxxx>
To: niem_rj@xxxxxxxxxxxxxxxxxx
Sent: Thursday, June 25, 2015 4:51 AM
Subject: [NIEM] Brasil - imigração

 
http://miguelimigrante.blogspot.com.br/2015/06/quase-14-mil-estrangeiros-esperam-por.html


20 de junho de 2015

Quase 14 mil estrangeiros esperam por refúgio e apoio no Brasil

Este sábado (20) é o DiaMundial do Refugiado. Para marcar a data, crianças de
diversas nacionalidadesfizeram apelos pela paz mundial e agradeceram a recepção
brasileira. O encontrofoi nesta sexta-feira (19) no trem do corcovado, zona sul
do Rio de Janeiro.
De acordo com o presidentedo CONARE, Conselho Nacional para Refugiados do
Ministério da Justiça, BetoVasconcellos, atualmente quase 14 mil pessoas estão
no Brasil esperando o pedidode refúgio ser analisado.
O CONARE pretende fazer umareestruturação para reduzir para seis meses o prazo
de análise de pedidos derefúgios. O representante do Alto Comissariado das
Nações Unidas paraRefugiados, Andrés Ramirez, para refugiados diz que nunca
antes na humanidadeexistiram tantos refugiados.

O Brasil atualmente tem 8mil refugiados de 81 nações diferentes, mas dados da
ONU apontam que existemquase 60 milhões de pessoas fora de suas cidades e
comunidades por causa deguerras e perseguições.
EBC






http://oglobo.globo.com/brasil/brasil-vai-investir-em-dados-sobre-refugiados-aumentar-estrutura-do-orgao-que-avalia-pedidos-16514081


Brasil vai investir em dados sobre refugiados e aumentar estrutura do órgão que
avalia pedidos

Governo federal tenta reformar o Comitê Nacional para Refugiados (Conare)
por Mariana Sanches22/06/2015 9:00/Atualizado 22/06/2015 9:28Secretário
Nacional de Justiça, Beto Vasconcelos - IsaacAmorim / AG.MJSÃO PAULO —
Conflitos étnicos e religiosos, guerras e ditaduras sangrentas têm deslocado
cada vez mais pessoas ao redor do mundo e o país se tornou destino de quem
procura ajuda. Apenas em 2014 mais de 11 mil pedidos de refúgio foram feitos.
Diante da inédita demanda, o governo federal tenta reformar o Comitê Nacional
para Refugiados (Conare) para acelerar a análise dos processos — que hoje levam
mais de um ano para serem julgados — e impedir que criminosos se aproveitem do
recurso. No último sábado, reportagem do GLOBO mostrou que candidatos a refúgio
ficam no ''limbo'' em uma sala do Aeroporto de Guarulhos. Em entrevista ao
GLOBO, o Secretário Nacional de Justiça, Beto Vasconcelos, adianta as
medidas:Por que é preciso mudar o processo de concessão de refúgio no Brasil? O
mundo bateu recorde de número de refugiados no ano passado. São 19,5 milhões de
refugiados e quase 60 milhões deslocados, essa é uma realidade no mundo hoje. E
isso tem impacto no Brasil. Nós temos hoje 7.948 refugiados e esse número de
solicitações vêm crescendo de 2010 pra cá. No ano passado foram aproximadamente
11,5 mil solicitações. Ainda é uma parcela reduzida se comparada com os números
mundiais, mas precisamos fortalecer o sistema nacional de
refúgio.ADVERTISEMENTComo isso vai acontecer?Vamos reestruturar o Conare. Hoje
temos só cinco oficiais de eligibilidade (que concedem ou não refúgio), a nossa
ideia é ter mais 40 oficiais e mais 10 especialistas, em parceria com o Alto
Comissariado da ONU para Refugiados, que farão treinamento, capacitação e
operação assistida desses funcionários. Além disso, com pesquisadores de
universidades brasileiras, pretendemos criar o wikirefúgio, com dados e
estatísticas sobre os países de origem dos refugiados, vamos mapear as área de
conflitos e checar mais facilmente a veracidade das informações que os
migrantes nos passam. Estamos revendo a forma de trabalhar, vamos implementar
modelos de entrevista por vídeo-conferência, e descentralizar o Conare, para
que ele tenha unidades em Brasília, São Paulo, Rio de Janeiro, Rio Branco e
Porto Alegre.Hoje há críticas ao Conare porque a análise do pedido de refúgio
leva mais de um ano.Indiscutivelmente nós temos que reduzir significativamente
o tempo de julgamento do processo. No mundo, o tempo dos processos gira em
torno de até 6 meses. Nosso intuito é conseguir bater recordes, reduzir ao
máximo.O Orçamento da Secretaria vai ser reforçado?O Ministério do Planejamento
nos garantiu um complemento de cerca de R$10 milhões, o que quase equivale ao
orçamento das atividades da Secretaria Nacional de Justiça, que é de R$8,6
milhões.O Conare teme que criminosos se aproveitem do status de solicitante de
refúgio?A consequência de uma ação de fortalecimento dessas é preservar o
instituto do refúgio, garantindo a proteção àquelas pessoas extremamente
vulneráveis que chegam de um contexto de conflito armado, graves violações de
direitos e que perderam familiares, bens, moradias e sobretudo a possibilidade
de ficar no seu próprio país. Por outro lado, uma estrutura fortalecida garante
a concessão do refúgio para aqueles que se enquadram na lei e a exclusão dos
que não se enquadram. Esses últimos podem ser deportados.As mudanças no Conare
dependem da aprovação da nova lei de imigração?Não, já fizemos os editais e as
mudanças no Conare vão acontecer o mais rápido possível. Mas a nova lei de
imigração pode mudar significativamente o patamar de tratamento de refugiados e
imigrantes no Brasil porque ainda hoje temos uma legislação filhote da
ditadura. O estatuto do estrangeiro é pouco transparente, muito burocrático e
excessivamente impeditivo. O novo estatuto, que tramita no Senado, prevê o
contrário. Em vez de tratar de obrigações e limites, estamos tratando de
direitos.





http://oglobo.globo.com/brasil/aumenta-chegada-de-refugiados-sao-paulo-diz-orgao-das-nacoes-unidas-16337470


Aumenta a chegada de refugiados a São Paulo, diz órgão das Nações Unidas

Nigerianos lideram ranking de pedidos de refúgio, para escapar de grupo radical
islâmico
por Thiago Herdy03/06/2015 6:00Imigrantes recém-chegados na Igreja do Glicério,
em São Paulo, que funciona como uma agência de empregos improvisada - Fernando
Donasci / Agência O Globo 28/08/2014SÃO PAULO - A capital paulista se
transformou na principal porta de entrada para refugiados da América Latina,
segundo levantamento da Organização da Nações Unidas (ONU) realizado com base
em números do ano passado. Em 2014, a cidade recebeu 3.612 solicitações de
refúgio, mais que o dobro da soma dos três anos anteriores. Entre 2011 e 2013,
foram 1.577 solicitações, segundo os dados compilados pela Acnur, a agência da
ONU para os refugiados. Os números, obtidos pelo GLOBO, serão divulgados hoje
durante um debate na capital paulista.Embora a Acnur não faça a comparação
entre cidades ano a ano, o representante da agência no Brasil, Andrés Ramirez,
atribui a São Paulo a cabeça do ranking em função da comparação geral, entre
países, e da explosão registrada no último ano da busca por refúgio na cidade.
Entre 2009 e 2014, foram reconhecidos 1.999 pedidos de refúgio em São Paulo.
Nos 12 meses de 2014, foram 1.129. ADVERTISEMENTO levantamento aponta 77
diferentes nacionalidades entre aqueles que buscam a cidade. A maior parte
deles vem da Nigéria (1.025), seguida por República do Congo (280) e Líbano
(245). Cidadãos sírios lideram no Brasil o número de solicitações de refúgio em
2014, mas entram no país também por outras portas, como Rio de Janeiro,
Brasília e Vitória. Apenas no ano passado, foram 1.326 solicitações, sendo
apenas 81 em São Paulo.O principal motivo que levou nigerianos a procurar São
Paulo no último ano, de acordo com representantes da Acnur, são os ataques
perpetrados pelo Boko Haram, grupo radical islâmico que atua no nordeste do
país e que, na última década, tornou-se um grupo militar cada vez mais bem
armado. Desde 2013, são considerados pelos Estados Unidos um grupo terrorista.
Causas econômicas também são citadas como motivo de refúgio relacionado a
Nigéria e ao Congo.Haitianos que procuram o Brasil não são considerados
refugiados — eles recebem vistos de residência permanente no país por razões
humanitárias.




http://oglobo.globo.com/brasil/sao-paulo-ultrapassa-quito-como-porta-de-entrada-de-refugiados-na-america-latina-16346183

São Paulo ultrapassa Quito como porta de entrada de refugiados na América Latina

Burocracia e preconceito são os principais desafios para quem chega à capital
paulista
por Thiago Herdy03/06/2015 17:37/Atualizado 03/06/2015 18:47A refugiada Miracle
Panzu, natural do Congo, vive em São Paulo com a família e sete filhos. -
Michel Filho / Agência O GloboSÃO PAULO - Quando desembarcou do navio que a
trazia do Congo, na África, com três filhos, Miracle Panzu tinha 34 anos e não
sabia se ficaria muito tempo no Brasil. Passados pouco mais de dois anos desde
a chegada, os filhos já deixaram claro que não querem saber de caminho de
volta. Não que tenha sido fácil viver no país - falta vaga em creche para o
filho mais jovem, burocracia com papéis e o preconceito por ser estrangeira
ainda é parte triste da rotina de Miracle, que integra a legião de refugiados
que buscam São Paulo.ADVERTISEMENTA capital paulista se transformou na
principal porta de entrada para refugiados da América Latina, segundo
levantamento da Organização da Nações Unidas (ONU) antecipado nesta
quarta-feira pelo GLOBO. A cidade recebeu 3.276 solicitações de refúgio, mais
que o dobro da soma dos três anos anteriores. Entre 2011 e 2013, foram 1.577
solicitações, segundo os dados compilados pela Acnur, a agência da ONU para os
refugiados.Embora a Acnur não faça a comparação entre cidades ano a ano, o
representante da agência no Brasil, Andrés Ramirez, atribui a São Paulo a
cabeça do ranking em função da comparação geral, entre países, e da explosão
registrada no último ano da busca por refúgio na cidade. Entre 2009 e 2014,
foram reconhecidos 1.999 pedidos de refúgio em São Paulo. Nos 12 meses de 2014,
foram 1.129.Antes, o posto de maior atração de refugiados na América Latina era
de cidades de fronteira do Equador e Quito, que recebiam colombianos fugindo da
guerra contra as Farcs. A decisão do Equador de aceitar pedidos de solicitação
de residência feitos por colombianos e as negociações de paz na região
interferiram diretamente no novo protagonismo da capital paulista, segundo
Ramirez.Atualmente, o Equador ainda tem o maior número de refugiados - são
cerca de 60 mil, contra cerca de 8 mil do Brasil.- São Paulo sempre foi,
historicamente, uma cidade que abrigava imigrantes. O aumento do fluxo está
relacionado ao destaque o Brasil tem tido no cenário internacional - disse o
representante da ONU nesta quarta, mencionando a política migratória restritiva
de países europeus como um dos motivos da escolha do país como destino.De
acordo com o dirigente, o Brasil é hoje o segundo país das Américas a receber
refugiados, atrás apenas dos Estados Unidos e à frente do Canadá,
historicamente considerado um destino atrativo para refugiados.- O fluxo
migratório mundial vem aumentando de forma mais ampla. Nunca tivemos tantos
refugiados em nível global como temos hoje. O Brasil não teria como ficar de
fora dessa tendência - afirmou, nesta quarta, o dirigente da
ONU.NACIONALIDADESO levantamento da Acnur aponta 77 diferentes nacionalidades
entre aqueles que buscam a São Paulo como destino. A maior parte deles vem da
Nigéria (1.025), seguida por República do Congo (280), Líbano (245) e Gana
(185).Miracle Panzu trabalha hoje como camareira em uma rede de hotéis na
capital paulista. Já tem documentos de regularização para permanência no
Brasil, mas ainda aguarda os documentos de parte dos filhos e do marido, que
vieram depois dela para o país.- Às vezes, no ônibus, as pessoas estranham sua
língua, fazem cara feia. Como o Brasil, um país com tantas raças, pode achar
estranho alguém de pele preta? Nessas horas penso: Deus, ajude essa pessoa,
isso é fruto da sua ignorância - disse Miracle, nesta quarta-feira, durante
debate sobre a realidade de refugiados promovido pela Acnur em São
Paulo.Cidadãos sírios lideram no Brasil o número de solicitações de refúgio em
2014, mas entram no país também por outras portas, como Rio de Janeiro,
Brasília e Vitória. Apenas no ano passado, foram 1.326 solicitações, sendo
apenas 81 em São Paulo.O principal motivo que levou nigerianos a procurar São
Paulo no último ano, de acordo com representantes da Acnur, são os ataques
perpetrados pelo Boko Haram, grupo radical islâmico que atua no nordeste do
país e que, na última década, tornou-se um grupo militar cada vez mais bem
armado. Desde 2013, são considerados pelos Estados Unidos um grupo terrorista.
Causas econômicas também são citadas como motivo de refúgio relacionado a
Nigéria e ao Congo.Haitianos que procuram o Brasil não são considerados
refugiados — eles recebem vistos de residência permanente no país por razões
humanitárias.





http://migramundo.com/2015/06/20/moradia-e-documentacao-imigrantes-e-refugiados-vivem-desafios-diarios-em-busca-de-vida-digna/


Moradia e documentação: imigrantes e refugiados vivem desafios diários em busca
de vida digna
Publicado em junho 20, 2015por Rodrigo Borges DelfimPor Géssica Brandino, do
Caminhos do RefúgioAo final do corredor do prédio da Avenida Rio Branco, no
centro de São Paulo, das paredes pintadas de violeta pelos próprios moradores,
uma escadaria leva à área que antes era usada como salão, mas que deu lugar a
pequenas quitinetes, onde idiomas de diversos países se mesclam. Vindos do
continente africano, América Central ou América do Sul, solicitantes de refugio
e imigrantes o ocupam o local. Em cerca de 20 metros quadrados, estão cama,
armário, uma pequena mesa e um sonho: uma vida melhor do que aquela deixada no
país de origem.Cerca de 40 estrangeiros vivem nas ocupações do Movimento Sem
Teto do Centro (MSTC), braço da Frente da Luta pela Moradia (FLM). Destes, 23
são refugiados ou solicitantes de refúgio e outros 17 são haitianos.Prédio na
rua Guaianazes, na região central de São Paulo, onde vivem muitos imigrantes.
Crédito: Rodrigo Borges DelfimO Brasil tem hoje 7.700 refugiados de 81
nacionalidades diferentes. Segundo o Conare, o  número de pedidos de refúgio no
Brasil cresceu 2.131% nos últimos cinco anos – de 1.165 em 2010 para 25.996 em
2014. Com isso, no ano passado o Brasil se tornou o país que mais recebe
solicitações de refúgio na América Latina.A estrutura para acolhimento, porém,
ainda está muito longe da ideal. Em São Paulo, são  poucos os espaços para
acolhimento temporário de imigrantes e refugiados:  Casa do Migrante, com 120
vagas, Centro de Referência e Acolhida para Imigrantes (CRAI), com 110 vagas, e
a Casa de Passagem Terra Nova, com 50 vagas. Quando deixam estes ou outros
espaços, os imigrantes se deparam com a barreira do aluguel e se dispersam para
bairros afastados da cidade por não ter condições de arcar com os custos da
moradia.Prédio na rua Japurá, onde funciona o centro de acolhida para
imigrantes da Prefeitura de São Paulo.
Crédito: Rodrigo Borges DelfimA ocupação é, acima de tudo, uma necessidade
imposta diante da especulação imobiliária que afeta a todos, mas que é
contestada por poucos. Os moradores que vivem nas ocupações do MSTC seguem
normas de um regimento, no qual se comprometem a colaborar com a manutenção do
espaço e também devem participar dos atos realizados pelo movimento, que busca
o acesso a políticas públicas de habitação para brasileiros e estrangeiros de
baixa renda.A busca por direitosO sonho de Yvete Tchuendem, 40 anos, é
reencontrar os dois filhos, de 15 e 18 anos, que ficaram em Camarões, na
África. Os grandes olhos castanhos de Yvete se enchem de lágrimas ao lembrar da
família. Há dez meses, ela teve que fugir de sua terra para escapar da
violência. Planejou ir para o Equador, mas a viagem terminou no conector do
Aeroporto Internacional de Cumbica, em Guarulhos, onde permaneceu por 24 dias,
pela falta de visto para prosseguir viagem e sem a possibilidade de voltar para
Camarões.Em São Paulo, ela solicitou refúgio e aguarda o parecer do Comitê
Nacional para Refugiados (Conare). Nos cinco primeiros meses na cidade, Yvete
morou na Casa do Migrante, da Missão Paz, no bairro do Glicério. Quando
precisou sair do abrigo, se deparou com o preço alto até mesmo de pequenas
moradias. Pagar o aluguel não permitiria que ela, que trabalha nas madrugadas
numa rede fast-food, pudesse enviar uma parte do salário para ajudar a
família.Foi então que um amigo lhe indicou o contato de Pitchou Luambo,
refugiado da República Democrática do Congo (RDC) e um dos criadores do Grupo
de Refugiados e Imigrantes sem teto de São Paulo (GRISTS), que integra o MSTC.
Assim que deixou a Casa do Migrante, Yvete passou a viver na ocupação da
Avenida Rio Branco. Seu desejo, em pleno Dia do Refugiado, é apenas um. “Eu
quero só o RNE para trazer meus filhos”, diz aos prantos.O congolês Pitchou,
refugiado no Brasil há 4 anos, aponta a falta de documentação e a moradia como
os principais problemas enfrentados por refugiados e imigrantes na cidade, que
os torna vulneráveis. “Estamos lutando muito para conseguir futuramente moradia
definitiva e resolver outros problemas. As pessoas falam de trabalho escravo,
mas não falam o que gera isso, que é a falta de moradia e documentação. Se
resolvermos pelo menos esses dois problemas, a vida vai ficar melhor para os
estrangeiros que vivem no Brasil e para os que chegarem no futuro”.Para dar
exemplo de que por meio da organização dentro de um movimento social poderiam
lutar para vencer tais dificuldades, Pitchou passou a viver em uma das
ocupações do centro com a esposa e os dois filhos, mas ressalta que não são
todos os refugiados que integram o grupo que moram nas ocupações da cidade.
Advogado na terra natal, o congolês deixa claro que aquilo que desejam alcançar
por meio do GRISTS. “Não queremos ajuda do governo, mas que seja dado nossos
direitos, como está previsto na Constituição Brasileira: que estrangeiros e
brasileiros são iguais perante a lei. Isso é o que nós queremos”.No dia 30 de
maio, o GRISTS promoveu o 1º Fórum Morar no Refúgio, que reuniu representantes
do Alto Comissariado das Nações Unidas para Refugiados (ACNUR), Cáritas
Arquidiocesana de São Paulo, MSTC, governo e prefeitura de São Paulo. O
objetivo foi pensar de forma integrada em propostas para superar as
dificuldades geradas pela demora no tramite para obtenção do Registro Nacional
do Estrangeiro (RNE).Fórum Morar no Refúgio gerou um manifesto com propostas
para superar dificuldades enfrentadas pelos refugiados.
Crédito: Géssica BrandinoUm dos problemas é a falta de conhecimento dos agentes
públicos e privados sobre a validade do Protocolo de Permanência Provisória,
uma filipeta de papel que contém o número de RNE provisório e uma foto do
solicitante de refugio, que funciona como um registro de identidade que permite
o acesso políticas públicas que dependem da apresentação de documentos, a
emissão do CPF e da carteira de trabalho.  Porém, por desconhecimento, muitas
vezes o Protocolo não é aceito. Promover essa conscientização também tem sido
um desafio para o GRISTS. “Todos precisam reconhecer a validade e legalidade do
protocolo, porque muitos ainda não conhecem. O povo brasileiro tem que
reconhecer que esse é o nosso documento”, enfatiza Pitchou.Em busca de uma vida
melhorO GRISTS, que é composto não só por refugiados que vivem nas ocupações do
MSTC, se reúne periodicamente para promover ações e buscar soluções conjuntas
para problemas que afetam todos os integrantes do grupo, como moradia,
documentação, criação de conta bancária e emprego. Desde o ano passado, o
coletivo também realiza palestras de conscientização no Colégio Santa Cruz e
auxilia artistas que desejam desenvolver ações com os refugiados.Em busca
desses direitos, a colombiana Marilu Caicedo, de 44 anos, chegou ao Brasil há
um ano e meio. “A verdade é que em meu país não tem comida. Não consigo
trabalho, por causa da minha idade e instrução. Trabalhei como empregada
doméstica para famílias ricas, mas é muito humilhante. O governo da Colômbia
não entende o que é ser pobre”, desabafa, sem conter as lágrimas.O desejo
inicial de Marilu era imigrar para o Chile, mas teve problemas com
atravessadores na Bolívia que queriam lhe cobrar mil dólares para seguir
viagem. Marilu não tinha esse dinheiro e teve que viajar para o Equador.
Trabalhou por dois meses no país, até que lhe disseram que o Brasil era um país
aberto e que nele conseguiria boas oportunidades.A colombiana chegou à cidade
de Brasileia, no Acre, assim como senegaleses, haitianos e outros migrantes.
Solicitou refúgio e com o auxilio de brasileiros, conseguiu emprego em uma loja
de sapatos. Foi demitida antes de completar um ano de trabalho, mas teve acesso
ao seguro desemprego. Durante os três meses que recebeu o benefício, continuou
a procurar trabalho, sem nada encontrar. Com o dinheiro que lhe restava, pagou
uma passagem para São Paulo, em janeiro deste ano.Na cidade, teve ajuda de uma
família brasileira, que lhe recebeu em casa por dois meses. Nesse período,
tentou procurar um quarto para morar, mas tudo era caro demais. Marilu ganha um
salário mínimo como copeira de hotel. “Se pagar aluguel, não come”,
exemplifica. Além disso, assim como Yvete, a colombiana também precisa enviar
dinheiro para a família. As três filhas e a mãe ficaram no país. A solução foi
morar na ocupação. “O Brasil é um país muito lindo, mas o dinheiro aqui é muito
desvalorizado”.A mesma dificuldade é vivida por Carolina Batista, de 33 anos, e
Fior Serrana, de 27 anos, ambas solicitantes de Refúgio da República
Dominicana. As duas deixaram o país diante da dificuldade de conseguir
trabalho. Carolina imigrou há dez meses, depois da irmã, que vive em Guarulhos.
Começou a trabalhar em São Paulo e a distância e a necessidade de economizar a
fizeram ir viver numa ocupação na Sé, depois foi para José Bonifácio e depois
se mudou para a Rio Branco. Mãe de três filhos, ela também manda parte da renda
que recebe como operadora de telemarketing para a família que ficou no país. “O
dinheiro aqui é muito pouco e a vida é muito cara. Ocupação não é seguro,
porque essa casa não é nossa. Uma casa seria muito melhor. Desejaria que o
governo nos desse esse prédio para morar, para que não tivéssemos que sair
daqui nunca”.Fior chegou a São Paulo há seis meses e, como não conhecia
ninguém, teve que se hospedar em um hotel, até ficar sem dinheiro. Por
indicação de Carolina, foi viver na ocupação da Rio Branco. Mesmo a pouco tempo
no país, Fior percebe ao andar pela cidade como a questão da moradia afeta
também muitos brasileiros. Quando lhe pergunto que mensagem mandaria ao governo
e a sociedade no Dia do refugiado, ela pede, mas não por ela: “que tirem todos
os mendigos da rua e que eles tenham um lugar para morar, porque isso é muito
triste e muitos morrem de frio”.


http://www.cbnfoz.com.br/editorial/mundo/17062015-254718-migracao-estrangeira-para-o-rio-tem-mao-de-obra-mais-qualificada



MIGRAÇÃO ESTRANGEIRA PARA O RIO TEM MÃO DE OBRA MAIS QUALIFICADA

- 17-06-2015 as 10:26:35am
- Por:  Agência Brasil

Dos 76,7 mil estrangeiros que viviam no estado do Rio de Janeiro em 2010, cerca
de 70% ou 53,7 mil imigrantes, moravam na capital fluminense. De acordo com o
Censo do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE),, 40% deles, ou
aproximadamente 21,5 mil, tinham alto nível de instrução e cargos bem
remunerados, em níveis de gerência e diretoria. Em contrapartida, 39% não
tinham sequer instrução fundamental e 21% declararam ter nível
intermediário.Esse é o perfil dos estrangeiros residentes na cidade, conforme
pesquisa divulgada hoje (16) pela Pastoral do Migrante e Rede de Migração Rio,
com base nos três últimos censos decenais. Em 2010, 29,2 mil estrangeiros com
mais de 10 anos de idade trabalhavam (27% na área de ciências; 20% nos setores
de serviços, comércio e mercados, 15% disseram ser gerentes ou diretores de
empresas e os demais exerciam ocupações elementares.O demógrafo do IBGE Tadeu
Oliveira, que coordenou a pesquisa, explicou que, nas três décadas analisadas,
identificou-se a presença crescente de pessoas vindas dos Estados Unidos e de
países europeus, indicando uma imigração qualificada para o estado. “Não se
trata mais daquele trabalhador que vinha para a agricultura ou para a
indústria. É mão de obra qualificada que está vindo da Europa. Também vemos um
fluxo muito importante da América do Sul, da África e até da China.”Outra
mudança que chama a atenção é o aumento da diversidade de fluxos de imigrantes
e um processo de desconcentração em torno dos três países mais presentes:
Portugal, Itália e Espanha. Os portugueses representam o maior grupo de
estrangeiros residentes no Rio, mas houve redução de aproximadamente 12% da
participação portuguesa entre 1991 e 2010 no estado, e isso reflete uma
tendência de queda em todo o país, revela a pesquisa.Simultaneamente, os
sul-americanos aumentaram significativamente sua presença no Brasil nas últimas
décadas, representando 11,6% do total de estrangeiros em 2010, ante 6,3% em
1991. Aumentou sobretudo o número de argentinos, tanto na capital quanto nos
demais municípios do estado, que acolhe cerca de 20% de todos os estrangeiros
que vivem no país.O crescimento da presença africana registrou-se sobretudo
pelo aumento da participação dos angolanos, que praticamente dobrou, passando
de 1.074, em 1991, para 2.124, em 2010. O estudo sugere que a maior presença de
africanos também indica a diversificação de origens, influenciada pelas
solicitações de refúgio nas últimas décadas.Para o demógrafo do IBGE, o estudo
poderá contribuir com subsídios para políticas públicas específicas para
imigrantes, que não existem no país. “Temos o Estatuto do Estrangeiro, que é
uma lei criada na época da ditadura, e o estrangeiro ainda é uma ameaça.
Existem uns três projetos de lei tramitando no Congresso Nacional, mas política
pública mesmo – de garantias do direito do imigrante – não temos, nem lugar
decente para abrigá-los quando cruzam a fronteira, nem política de inserção no
mercado de trabalho. Hoje, trabalhamos no improviso”, completou. Fonte: Agência
Brasil



http://www.gazetadopovo.com.br/vida-e-cidadania/desemprego-reduz-fluxo-de-migrantes-para-regiao-de-curitiba-9d7wfx1wcyebgbuoc78xlnvt1

Desemprego reduz fluxo de migrantes para região de Curitiba

Não há números absolutos, mas a percepção de quem atua no acolhimento é de que
o movimento diminuiu nos últimos seis meses, por causa da dificuldade em
conseguir trabalho

- 14/06/2015
 
- 22h00
 
- Felippe Aníbal
Texto publicado na edição impressa de 15 de junho de 2015
Quatro jovens haitianos aguardavam atendimento no salão da Pastoral do
Migrante, em Curitiba, na última quinta-feira. Todos estavam desempregados. O
caso mais drástico era o de Jean Claude Avreius, de 31 anos, que estava no
Brasil havia nove meses, sem nunca ter conseguido uma vaga. Não há números
absolutos, mas a percepção de quem atua no acolhimento de migrantes é de que o
fluxo à região de Curitiba diminuiu nos últimos seis meses, principalmente por
causa da dificuldade enfrentada pelos estrangeiros em conseguir trabalho.“Eles
[os migrantes] estão tomando consciência do desemprego e da dificuldade de
obter documentos para quem quer entrar no país pela via legal. Quem vem, não
encontra vida fácil”, opinou o padre Agler Cherizier.A decepção imposta pelas
dificuldades fazia com que os quatro haitianos, por exemplo, já defendessem um
endurecimento do governo brasileiro, que desde 2012 concede vistos humanitários
aos migrantes do Haiti que entram no país de forma ilegal. “O Brasil precisava
fechar as portas, porque tem muito haitiano e pouco trabalho”, defendeu
Avreius.O padre Agler pondera que os governos do Brasil e Haiti deveriam atuar
de forma a romper com o caminho ilegal que haitianos têm trilhado para chegar,
por meio da ação de “coiotes”. “Essas pessoas se aproveitam do fato de o
governo dar visto humanitário e exploram o sonho de vida melhor desses
haitianos. Esse controle precisava ser melhorado”, disse Agler.Após nove meses
de espera, Jean Claude Avreius conseguiu, na última sexta-feira, seu primeiro
emprego no Brasil. Por intermédio da Pastoral, uma madeireira o contratou. O
rapaz, que carrega na carteira foto da esposa e dos dois filhos deixados no
Haiti, vê no trabalho uma oportunidade para juntar dinheiro e fazer o caminho
de volta. “O Brasil foi uma decepção”, definiu.


http://www.gazetadopovo.com.br/vida-e-cidadania/o-haitiano-que-acolheu-mais-de-14-mil-migrantes-d0dbfgg968k3mtzc0wd3rqj0l
Padre Agler Cherizier: haitiano veio ao Brasil com a missão de ajudar
conterrâneos que chegam ao país em busca de uma vida melhor.SOLIDARIEDADE
O haitiano que acolheu mais de 1,4 mil migrantes

Padre Agler Cherizier coordena a Pastoral do Migrante, que desde 2010 auxilia
estrangeiros que chegam à região de Curitiba

- 14/06/2015
 
- 22h00
 
- Felippe Aníbal
Texto publicado na edição impressa de 15 de junho de 2015O padre haitiano Agler
Cherizier, de 33 anos, desembarcou em Curitiba em março do ano passado – três
anos e dois meses depois do terremoto que devastou seu país natal e matou mais
de 250 mil pessoas. Não veio para recomeçar a vida – como já fizeram milhares
de migrantes do Haiti – mas, justamente, para amparar estrangeiros que se veem
obrigados a deixar suas terras, fugindo da fome ou de perseguições políticas ou
religiosas. À frente da Pastoral do Migrante, vinculada à Igreja Católica, ele
e sua equipe acolheram mais de 1,4 mil pessoas em um ano, na região de
Curitiba.Quando chegou à Pastoral, padre Agler encontrou uma estrutura que já
carregava uma década de experiência em receber e orientar os migrantes. Na
sede, um salão ao lado da igreja de Santa Felicidade, dezenas e dezenas de
forasteiros são atendidos todos os dias. Muitos chegam com a roupa do corpo,
sem falar português, sem conhecidos e sem ter para onde ir. Histórias que se
repetem e que padre Agler conhece de cor. Vê a dor de seu povo ali, naqueles
retirantes.“São pessoas que têm sonho de trabalhar, de estudar, de viver de
forma digna, mas não têm uma estrutura que possibilite. São pessoas que
migraram por uma questão de sonho e sobrevivência”, disse. “Para a gente também
é difícil, porque quem acolhe também sofre”, revelou.A Pastoral cadastra os
migrantes, providencia documentos e tenta encaminhá-los ao mercado de trabalho.
A equipe mantém contato com 450 empresas de Curitiba e região metropolitana,
que já empregaram ou empregam os estrangeiros. Padre Agler, no entanto, destaca
que “o mar não está para peixe”. Por causa da crise, empresas têm evitado
contratar – não só estrangeiros. Quando há vagas, têm sido na região
metropolitana ou no interior. Se os empregos demoram, nunca faltam palavras de
acolhimento do padre haitiano ou da assistente social, Edesia de Souza Sato,
uma mulher incansável que trata os migrantes com um ar maternal.“Muitos estão
decepcionados, querendo voltar [ao país de origem]. A maioria fez dívidas ou
vendeu o que tinha para vir”, mencionou o padre.Todo esse serviço é prestado
pela Pastoral por meios próprios. A entidade não recebe um centavo do poder
público. Enquanto o Paraná ainda esboça uma estrutura de acolhimento, Padre
Agler e sua equipe estão escolados. Dão de ombros à falta de auxílio. “Outro
dia, a prefeitura ligou perguntando se não conseguíamos trabalho para um grupo
de haitianos que haviam procurado ajuda lá. Ora, eles deveriam ser referência.
Mas não há preocupação com isso por parte do poder público”, disse.
Preconceito
Nesta semana, a Pastoral do Migrante promove a 30.ª Semana Nacional do
Migrante, com programação específica, como debates, missas e celebrações, em
cada paróquia de Curitiba. O objetivo é tentar minimizar o preconceito. “O
migrante não quer ganhar o pão. Quer conquistá-lo com a luz do seu suor. Além
disso, o migrante não vem só com problemas. Vem com sua riqueza cultural, que
contribuem com a comunidade”, disse o padre.


http://www.gazetadopovo.com.br/vida-e-cidadania/cidades-estao-montando-estrutura-propria-para-receber-migrantes-ewe968c8fm58w3lty13k5xroaHenry
Milleo/Gazeta do PovoJunior Nelson não se importou com a estrutura improvisada
do centro de acolhimento.



Cidades estão montando estrutura própria para receber migrantes

Recentemente, 76 estrangeiros – a maioria, haitianos – foram recebidos pelo
recém-criado centro de orientação, na Vila da Cidadania

- 07/06/2015
 
- 22h00
 
- Felippe Aníbal
Quando se deitou para dormir em um colchão, no chão de uma das salas
improvisadas da Vila da Cidadania, em Piraquara, o haitiano Junior Nelson, de
30 anos, enfim, se sentiu seguro e cheio de expectativas. Ele é um dos 76
migrantes do Haiti e Senegal que nos últimos dias foram mandados a Curitiba
pelo governo do Acre– por onde entraram no Brasil. Essas novas “levas” foram as
primeiras a contar com uma estrutura de acolhimento, que começa a ser esboçada
no Paraná. Apesar de ainda estar em articulação, este centro de orientação na
Vila garante um mínimo respaldo aos forasteiros, o que lhes permite sonhar.
“Como sou jardineiro, quando vi a cidade cheia de jardins e flores, fiquei
feliz. Com o meu trabalho, vou poder deixar Curitiba mais bonita”, disse
Nelson, em bom espanhol. “Pensamos que os brasileiros amam o Haiti. Por isso,
quero ficar aqui”, completou.Os ônibus fretados pelo governo do Acre vieram
diariamente entre 26 de abril a 1º de junho. Assim que chegam à Vila da
Cidadania, os migrantes passam por uma triagem. A equipe os cadastra de acordo
com o perfil profissional, tenta providenciar documentos que faltam –
principalmente carteira de trabalho – e localizar parentes que estejam
estabelecidos no país.
Nem todos fincam raízes por aqui. Apenas 16 dos migrantes que chegaram nas
últimas levas permanecem provisoriamente alojados na Vila da Cidadania. São os
que mais precisam de apoio, porque não têm conhecidos no Brasil ou perspectivas
de emprego a curto prazo. Outros 18 permanecem no Paraná, mas estão e morando
na casa de parentes e trabalhando. A maioria – 42 pessoas – seguiu para outros
estados, principalmente Santa Catarina e São Paulo.“A estrutura ainda é
improvisada. Pegamos salas que estavam ociosas e adaptamos de forma a atender
os migrantes que chegam, enquanto discutimos a implantação de uma estrutura
consolidada”, conta o professor Lúcio Sérgio Ferracin, coordenador da Vila da
Cidadania. “O importante é prestarmos esse primeiro acolhimento e orientação”,
complementa.Os migrantes chegam à Vila da Cidadania à beira da exaustão, depois
de enfrentarem cerca de dez dias de viagem. A rota de entrada no Brasil inclui
a ação de “coiotes”, o cruzamento clandestino de fronteiras e o pagamento de
propinas. A maioria chega sem dinheiro e só com a roupa do corpo – já que
muitos tiveram a mala roubada na viagem.Apenas dois dos haitianos que aportaram
no Paraná falam algumas palavras em português. Assim, a língua deve ser outro
entrave que os migrantes terão que superar. No acolhimento, professores
voluntários fazem as vezes de intérpretes. A Vila também oferece cursos
gratuitos. “Este acolhimento é o começo, mas precisamos saber como vai ficar
após, porque precisamos assegurar as condições de permanência”, pondera a
professora Daiane Regina Stolberg Wzorek.
O sonho de construir uma família no Brasil
Felippe AníbalNamorados há oito anos, os haitianos Belsaint Osmane, de 32 anos,
e Cadet Ginette, de 29 anos, se separaram temporariamente neste ano, para
migrar ao Brasil. Osmane veio primeiro e tentou a sorte em São Paulo. Após
meses longe da namorada, ele a reencontrou há algumas semanas, na Rodoviária de
Curitiba, com uma boa nova: a Ginette está grávida de cinco meses. Querem fixar
família por aqui.Questionado como se sentiu diante da notícia de que será pai,
Osmane respondeu com um gesto: beijou demoradamente o rosto da namorada. Apesar
da esperança, o casal sabe que enfrentará dificuldades. Nenhum dos dois fala
português ou tem parentes em Curitiba. “Queremos construir nossa vida e educar
nosso filho ou filha aqui”, destaca Osmane.Junior Nelson deixou o Haiti,
fugindo da fome. A família dele – pai, mãe, irmãos, primos e namorada – ficaram
na capital Porto Príncipe, que ainda sofre as consequências do terremoto de
2010. O desemprego e a falta de perspectivas, diz ele, têm feito com que
haitianos se arrisquem em massa para tentar a vida em países como o Brasil.
“Minha família passou e ainda passa muita fome. Quase não há emprego. É muito
triste”, definiu.Para chegar ao Brasil, Nelson deixou US$ 700 nas mãos de
atravessadores. Com o visto humanitário concedido pela Polícia Federal, ele só
pensa em trabalhar e trazer a família para cá. “Quem vem, vem com vontade de
trabalhar, de ajudar o Brasil”, garante.
Plano prevê implantação de albergues em 11 cidades
Felippe AníbalO projeto de acolhimento a migrantes no Paraná prevê a
implantação de albergues em 11 cidades do estado, a médio prazo. Essas
estruturas devem funcionar como uma espécie de casa de passagem, onde os
estrangeiros poderão ficar provisoriamente até conseguirem se estabelecer por
conta própria. Não há previsão, no entanto, para que os abrigos saiam do
papel.“Ainda não temos a dinâmica de deslocamento e estabelecimento dessas
pessoas, mas estamos todos envolvidos no processo para acertarmos”, diz a
coordenadora de proteção social da Secretaria de Estado do Trabalho e
Desenvolvimento Social, Elenice Malzoni.Quatro cidades já aceitaram sediar
albergues: Curitiba, Foz do Iguaçu, Piraquara e Londrina. A iniciativa deve
conjugar esforços dos municípios, estado e governo federal. Paralelamente, o
Paraná define metas de acolhimento para curto e médio prazos.Não há dados
precisos, mas estima-se que cerca de 5 mil haitianos vivam hoje no Paraná – a
metade deles na região de Curitiba. A Polícia Federal e o Ministério do
Trabalho e Emprego (MTE) apontam que, entre 2010 e 2014, Curitiba foi a quarta
cidade brasileira que mais recebeu migrantes do Haiti.


http://www.gazetadopovo.com.br/vida-e-cidadania/xenofobia-se-converte-em-agressoes-contra-imigrantes-haitianos-ef4atki1925lz2d0e34rtiudqTrabalhador
haitiano diz lamentar mais o preconceito do que a dor física
Xenofobia se converte em agressões contra imigrantes haitianos

Desde julho, 13 trabalhadores do Haiti denunciaram espancamentos sofridos
dentro de empresas em que trabalhavam, em Curitiba

- 19/10/2014
 
- 22h04
 
- Felippe Aníbal
Texto publicado na edição impressa de 20 de outubro de 2014

Na rua
Vítima apanhou e foi demitida por justa causaOs ferimentos que sofreu –
constatados por seis laudos médicos – afastaram Maurice* do trabalho por cinco
dias. Quando retornou à cerealista, teve uma surpresa: foi demitido por justa
causa. Os dois agressores também foram dispensados pelo empregador. Hoje, o
haitiano procura um novo posto de trabalho. Maurice – que divide uma casa de
dois quartos com outros 14 migrantes –, preocupa-se com a possibilidade de não
conseguir pagar as contas.Na ação trabalhista, os advogados pedem à Justiça que
a demissão seja revertida para sem justa causa. Com isso, o haitiano teria
direito a verbas trabalhistas rescisórias. Na esfera criminal, o patrão e os
agressores devem ser responsabilizados. Paralelamente, os defensores do rapaz
vão pedir indenização por dano moral, em decorrência do sofrimento a que a
vítima foi submetida.“Ele foi jogado ao chão, recebeu inúmeros pontapés na
cabeça e nas costas, teve o dedo cortado com um objeto contundente e, ao invés
de protegê-lo, [o patrão] o demitiu”, diz o advogado criminalista Bernardo
Pinhón Bechtlufft.
Os crimes
Injúria racial é definida pelo artigo 140 do Código Penal. Caracteriza-se
quando a vítima é ofendida em sua dignidade em razão da raça, cor, etnia,
religião ou origem. A pena pode variar de um a três anos de prisão e multa. Já
o crime de racismo é definido pela Lei Federal 7.716 e envolve a ofensa a um
direito fundamental da vítima (por exemplo, quando ela é impedida de entrar em
um local ou não recebe atendimento por causa de sua cor, etnia ou origem). A
pena varia de um a cinco anos.
Condenações
Na última semana, o Tribunal Regional do Trabalho do Paraná (TRT-PR) divulgou
que duas empresas – uma distribuidora de bebidas de Curitiba e um hotel de São
José dos Pinhais – foram condenadas por não terem contido discriminações
raciais ocorridas em suas respectivas dependências. Ambos os casos envolvem
trabalhadores brasileiros negros. O hotel foi condenado a indenizar em R$ 100
mil uma cozinheira, que era chamada de “preta, gorda e de cabelo ruim” pela
supervisora. Esta também dizia que a funcionária tinha “que fazer serviço de
branco para ficar bem”. Já a distribuidora terá de pagar R$ 20 mil a um
auxiliar de entrega que foi chamado de “macaco” por um colega. Ele levou o caso
aos superiores, que nada fizeram a respeito. Das duas decisões, cabe recurso.O
tórax do haitiano Mau­­rice*, de 26 anos, ainda dói quando faz movimentos
bruscos. Há pouco mais de um mês, ele foi espancado até perder os sentidos, por
dois colegas de trabalho. As agressões ocorreram dentro da cerealista da qual
eram empregados. O rapaz foi surrado depois de pedir que parassem de lhe
ofender por sua cor e condição de migrante. Além de, por mais de um mês, ter
sido chamado diariamente de “escravo” e de “macaco”, aguentava colegas que lhe
atiravam bananas, como forma de ofendê-lo. Mais do que os ferimentos físicos, é
a dor do preconceito que incomoda o haitiano.“Eu falava pra eles: ‘Você é meu
irmão. Sou humano igual a você, criado pelo mesmo Deus’. Mas me bateram,
bateram e ninguém separou”, disse o migrante. “Eu não entendo porque isso, se
sou gente como eles”, lamenta.Antes velada, a xenofobia em Curitiba parece ter
ultrapassado os limites da injúria e do racismo. Se antes o ódio se manifestava
em olhares, em xingamentos e em algumas reações mais contidas, agora alguns
casos passaram a se cristalizar em atos violentos.Desde julho, a Casa Latino
Americana (Casla), organização que acolhe migrantes na capital paranaense,
recebeu 13 haitianos que foram espancados por causa do preconceito.Assim como
Maurice, os relatos detalham atitudes que escancaram a discriminação e que
terminaram com agressões físicas graves. As vítimas estão recebendo assessoria
jurídica da Casla, com apoio da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), por meio
da Comissão de Direitos dos Migrantes.“Todos estes casos ocorreram por
preconceito e xenofobia. As vítimas foram agredidas por serem haitianas.
Estamos assustados, porque estes são apenas os casos que nos chegam. Muitos
devem ficar ocultos”, diz a advogada Nádia Pacher Floriani, presidente da
comissão da OAB. “Às vezes, temos que nos segurar para as lágrimas não rolarem
diante das histórias”, conta.No trabalhoAs agressões recentes reúnem uma
característica em comum: foram cometidas dentro de empresas em que os haitianos
trabalhavam. Por precisarem do emprego, muitas das vítimas acabam suportando as
humilhações e as agressões, silenciando diante do preconceito. “Ao mesmo tempo
em que essas aberrações acontecem, muitos são obrigados a permanecer no
trabalho para garantir seu sustento. É xenofobia. É um problema cultural de não
aceitar o outro”, define o advogado trabalhista Adriano Falvo, que presta
assessoria jurídica voluntária às vítimas.As ocorrências extrapolam a esfera
trabalhista e têm gerado, também, ações criminais. Um dos homens que espancou
Maurice chegou a se preso poucas horas depois, por crime de racismo.
Posteriormente, no entanto, foi solto, porque as autoridades consideraram que o
ato se enquadrava em injúria racial. Mesmo diante do patrão, ele teria mantido
as ofensas. “Ele disse ao chefe que tinha me batido porque não gostava de preto
e de haitianos. Eu fico muito triste com isso”, desabafa Maurice. * Os nomes
das vítimas e das empresas foram omitidos, porque os casos correm na Justiça
sob sigilo.Proibido de trabalhar após casos suspeitos de ebolaA suspeita
recente de ebola no Paraná parece ter colocado em ebulição o preconceito e a
xenofobia contra migrantes negros, mesmo aqueles que não vêm da zona de maior
risco para a doença, ainda circunscrita a países da África. Na última semana,
um imigrante do Haiti I (país da América Central), contratado de uma empresa
terceirizada que presta serviços a uma construtora, foi impedido de entrar na
obra em que trabalhava. “Ele foi barrado na portaria, por um funcionário que
disse: ‘Você é haitiano, negro e vai trazer doenças. Aqui você não trabalha’.
Ele não pôde sequer pegar suas coisas, que ficavam num armário da obra”, disse
o advogado Adriano Falvo.Na última segunda-feira, a Gazeta do Povo mostrou que,
após a suspeita de um guineano ter sido contaminado com o vírus do ebola em
Cascavel, parte da população local se voltou contra os migrantes negros.
“Apesar de o Haiti ficar a milhares de quilômetros da Guiné, depois desse caso
a xenofobia e o preconceito parecem ter aflorado por aqui. Só com informação é
que vamos reverter isso”, opina a advogada Nádia Floriani.Chefe que agredia
haitiano foi demitido após denúnciaAlém de ter apanhado do chefe de cozinha do
restaurante em que trabalha, em Curitiba, Jean* afirma que ainda foi espancado
no alojamento da empresa, onde o agressor também morava. O haitiano, de 24
anos, foi ameaçado de morte e, ainda hoje, sente medo. “Eu estava no
computador. Ele chegou em casa e já me deu um soco na cabeça. Eu perdi os
sentidos. Quando acordei, ele continuou me batendo e pegou uma faca. Eu
consegui correr para fora e voltei ao restaurante. Ele queria tirar a minha
vida”, conta o haitiano.PerseguidoAntes mesmo de ter sido agredido no
alojamento, Jean vinha sendo perseguido pelo chefe de cozinha, que o chamava
com palavrões e de “preto”. O rapaz continua trabalhando no restaurante,
enquanto o chefe foi demitido. Ainda assim, ele pensa em mudar de emprego. “Eu
faço de tudo para segurar este trabalho, mas tenho muito medo”, confessa.











[mensagem organizada por Helion Póvoa Neto]





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