[CamaraDas] Nota do Sindicato dos Jornalistas

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  • Date: Mon, 9 Apr 2007 19:15:42 -0300

9/4/2007


Sindicato solidário com os candidatos ao concurso da Câmara dos Deputados
Por A Diretoria


O Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Distrito Federal presta 
solidariedade aos candidatos prejudicados com a redução da oferta de postos de 
trabalho nos concursos públicos em andamento sob responsabilidade da Câmara dos 
Deputados.

Aos candidatos, apontamos a necessidade de continuarem mantendo a expectativa 
de que a luta social e política é o melhor caminho na estratégia de garantir a 
impessoalidade, a legalidade, a eficiência e a moralidade pública. O Sindicato 
do DF tem sido atuante nessa luta e protagonista na defesa da expansão da mídia 
pública e estatal como meio de afirmar a cultura, a nacionalidade, garantir a 
publicidade dos atos políticos; de promover a formação do cidadão e estimular 
sua organização, teses defendidas por nossa entidade e aprovadas em encontros e 
congressos da categoria.

Certamente há uma motivação política ainda por esclarecer na recente decisão da 
Mesa Diretora da Câmara dos Deputados, pois a mesma administração não 
autorizaria concurso público para suprir vagas em um semestre e negaria essa 
necessidade meses depois.

Ao reduzir o número de vagas para jornalistas utilizando como um dos argumentos 
a constatação de que a mídia privada cobre bem a atividade parlamentar, a 
Câmara cede à pressão de órgãos de imprensa privados, controlados por um número 
pequeno de famílias, para que o cidadão não conte com órgãos públicos de 
divulgação livres da influência direta do poder econômico. A pressão da mídia 
privada sobre a mídia pública é evidente e está no centro do debate.

A população brasileira tem assistido e apoiado o crescimento dos órgãos de 
comunicação da Câmara dos Deputados. O Sindicato dos Jornalistas do DF, 
inclusive, luta para que o sinal de emissão da TV Câmara torne-se aberto, de 
modo que o cidadão possa acompanhar diretamente as atividades legislativas e a 
atuação dos parlamentares, sem necessariamente ser assinante de uma TV a cabo.

O Jornal da Câmara, a Rádio Câmara, a Agência Câmara, a TV Câmara e o Portal da 
Câmara, que abriga esses quatro órgãos de comunicação, prestam relevantes 
serviços de informação direta ao cidadão. Esses veículos têm se aperfeiçoado ao 
longo dos últimos anos exatamente em função de uma política que valoriza a 
comunicação pública e o acesso direto do cidadão à atividade parlamentar.

Não podemos obrigar o cidadão a ter uma assinatura de revista ou jornal ou 
induzi-lo a assistir esse ou aquele canal de TV. A utilização da mídia privada 
é uma decisão particular de cada um. Os órgãos públicos devem disponibilizar 
suas informações diretamente, até para atender pronta e imediatamente a um 
direito constitucional de todo brasileiro.

No caso específico da Câmara dos Deputados, os veículos de comunicação social 
são importantes na afirmação da cultura brasileira, na divulgação e veiculação 
da informação histórica, no registro que muitas vezes se perde ou não é 
aproveitado em razão do pouco tempo disponível na grade televisiva e 
radiofônica ou pelos limites da economia gráfica do jornal impresso. E todos 
esses registros são disponíveis aos cidadãos, para estudiosos e pesquisadores, 
inclusive para a mídia privada, que embora possa utilizá-los deles não deva 
depender.

À mídia privada cabe fortalecer seu jornalismo, inclusive com a melhoria dos 
salários praticados nas redações. Além disso, deve evitar a baixaria e ampliar 
também seus investimentos para melhor servir a seus clientes.

A mídia pública tem sido uma fonte a mais para inúmeros veículos de comunicação 
privado de pequeno e médio porte em todo o País. O questionamento da utilidade 
da mídia pública tem uma origem certa: vem dos grupos oligopólicos que 
controlam a maior parte da mídia no País e garroteia inclusive os pequenos e 
médios veículos de comunicação. O oligopólio recebe a maior parcela das verbas 
de publicidade do governo. Esses grandes grupos, que obtêm altos lucros e 
pretendem ser as únicas fontes de informação pública, podem e devem reinvestir 
seus ganhos excessivos na melhoria das condições de trabalho, apoiando o 
aperfeiçoamento da formação profissional acadêmica dos jornalistas.

Pela expansão e aperfeiçoamento da mídia pública como instrumento de 
fortalecimento da nacionalidade e da cidadania!

Pela valorização do jornalismo!

Brasília, 9 de abril de 2007

A Diretoria do Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Distrito Federal

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