Ok. , Norman. O que eu queria ressalta era isso mesmo que você disse agora. A lei trata de bebida, mas o faz como se tivesse resolvendo problemas de trânsito. Se fosse uma lei que simplesmente proibisse ou limitasse o consumo de bebidas, em qualquer situação ou esfera, eu também seria contra claro, mas não a acharia incoerente. Afinal não é só no trânsito que se pode associar bebida e violência, ameaça à sociedade etc. Quanto à questão das armas, você tem razão em apontar a diferença, mas não fiz confusão com os conceitos, estou realmente comparando duas atitudes "criminosas" e dizendo qual a que temo mais. Reconheço, entretanto, que o argumento não cabia aqui, já que você afirma não defender o porte. Na época do Sim, entretanto, o argumento, pelo menos o meu, era contra o direito de ter posse de arma mesmo, com as devidas exceções estabelecidas na lei, para quem por motivos profissionais se expunha a um risco pessoal maior que a média da sociedade. Afinal, a posse facilita que, a qualquer momento o proprietário decida usar a arma para "resolver" conflitos domésticos, familiares e ou de vizinhança. Isso sem falar nos acidentes, especialmente envolvendo crianças. Mas isso já é outra história, assunto vencido momentaneamente. No mais, pra encerrar o assunto (por ora), reitero que a divergência é só em tese, no campo das opiniões e idéias, sem nenhuma motivação ou conseqüencia no campo das relações pessoais. Date: Thu, 7 Aug 2008 09:43:19 -0300From: norman.rocha@xxxxxxxxxxx: analistas2002@xxxxxxxxxxxxxxxxxxxx: [CamaraDas] Re: Fwd: Lei Seca Sim, sono, pneu careca, imperícia, falta de intimidade com o voltante, pista esburacada, falta de sinalização etc, etc, etc. Mas estamos tratando de bebidas, não de resolver todos os problemas do mundo do trânsito de uma vez. Estatísticas no Brasil é brincadeira de criança, nem adianta entrar nesse assunto. 3º parágrafo, sem comentários... Sobre as armas, vc parece usar os mesmos argumentos dos favoráveis à campanha do "sim". Confundem posse com porte. Uma coisa é ter a posse da arma, ou seja, ter o direito de comprar e tê-las em casa. Outra completamente diferente é portá-la no dia a dia. Sou a favor do primeiro e contra a segunda. Além do mais, portar armas é crime. Então, quem o faz está arriscado a ir pro xilindró. Em 06/08/08, jair francelino ferreira <jairfrancelino@xxxxxxxxxxx> escreveu: "Um pedestre que atravessa à noite, de repente, na frente de uma pessoa que consumiu 0,3 de bebida e tem seus reflexos diminuídos em, por ex, 10%, será atropelado? Sem a bebida o resultado seria o mesmo? Como seria no caso de uma fechada? Uma derrapada? " Troque "bebida" por "sono" ou "pneu careca", por exemplo, e podemos fazer as mesmas indagações. O Código de Trânsito já era sério, só a fiscalização que não era. Para se ter uma noção melhor do percentual de acidentes o rigor da lei diminuiu, seria necessário, no mínimo (já que entram outras variáveis), fazer um levantamento do percentual de casos de acidente no período anterior à lei que envolveram motorista com um teor alcóolico entre 0,2g (limite atual) e 0,6g (limite anterior), já que os outros, em tese, a lei anterior já coibia, bastava a fiscalização. Outra questão que não se leva em conta é que o percentual obiamente tende a diminuir, já que há menos gente ao volante na noite. Mas esse resultado poderia ser conseguido, por exemplo, impedindo vascaínos ou - com melhor resultado, pois o contigente seria maior - flamenguistas de dirigirem aos domingo. Isso faz-me lembrar da polêmica em torno da declaração do governador do Rio que citou uma pesquisa relacionando aborto e diminuição da violência. Óbvio, nasce menos gente, temos menos violência. Daí a admitir o aborto como programa de segurança pública vai uma grande distância. Por último, eu particularmente prefiro me arriscar a conviver com alguém levemente alcoolizado ao volante, do que com alguém sóbrio com uma arma de fogo no porta-luvas. Date: Wed, 6 Aug 2008 09:53:53 -0300 From: norman.rocha@xxxxxxxxxxx: analistas2002@xxxxxxxxxxxxxxxxxxxx: [CamaraDas] Re: Fwd: Lei Seca Faaala Silverstone, Vamos por partes, como diria o famoso Jack... A mim não interessam analogias e sim o caso em questão. Também não interessa como o direito é feito, quem o faz ou de quem é a iniciativa da lei. Não sou da área e sim prático por natureza. Então interessa-me o resultado. Somente ele. Se for benéfico, sou a favor, senão sou contra. Bom, não sei quem oferece mais perigo nos exemplos q vc citou (mais velocidade sóbria x menos velocidade com álcool) e ouso dizer que vc também não sabe. Porque isso não é ciência exata. E aí está o graaande 'X' da questão. Tentarei fazer me entender. As pessoas discutem o assunto superficialmente, mal comparando os casos (e citando extremos), como vc mesmo o fez: "Não acredito que alguém ache justo colocar na vala comum o pai de família que sai pra jantar com sua esposa, toma um vinho, e volta comportado para casa, com um enlouquecido que tomou todas e sai achando que é o Ayrton Senna. Aliás, é nesse ponto que eu queria tocar. Nenhuma das estatísticas apresentadas faz a associação do alcool com o excesso de velocidade". A questão é mais ampla e sutil do que isso. Por exemplo: quem é capaz de afirmar o quanto de reflexo 0,3mg tira de uma pessoa? E a variação dos efeitos de uma pessoa para outra? Precisa estar correndo para uma redução (ainda q pequena) nos reflexos ante uma situação inesperada produza um acidente? Sem a bebida esse acidente seria evitado? Um pedestre que atravessa à noite, de repente, na frente de uma pessoa que consumiu 0,3 de bebida e tem seus reflexos diminuídos em, por ex, 10%, será atropelado? Sem a bebida o resultado seria o mesmo? Como seria no caso de uma fechada? Uma derrapada? Veja, estou citando exemplos que não necessitam de alta velocidade. Pode ser perfeitamente um pai de família que tenha bebido uma taça de vinho. Quanto de reflexo ele perde? 5, 10, 20%? São perguntas sem respostas. Não dá pra saber. A lei nivelou por baixo, eu diria "quase" excesso de cautela. Mas se esse excesso de zelo poupar uma vida só que seja, já terá valido a pena. Com que base vc pode dizer que "TODAS as tragédias noticiadas de acidentes com bêbados, os caras estavam em alta velocidade". Qual a fonte dessa estatística? Todos os acidentes entraram nas estatísticas? E as não noticiadas? Na questão do excesso de velociade concordamos. Embora seja eu um dos que freiam antes de alguns pardais (no eixo monumental, por ex, onde existe o limite ABSURDO de 60km/h), acho bastante contraproducente avisar os apressadinhos sobre a presença de radares. Isso é óbvio. Se mudassem a lei tirando os avisos e colocassem os pardais móveis em vários locais com certeza seria eficaz. Eu gostaria da medida? Não. Discordaria dela? Também não, seria a favor por atingir o objetivo. Então, o fato de eu não beber nada tem a ver com a história. Se bebesse seria a favor da lei do mesmo jeito. Questão de coerência. Não vejo radicalismo algum (na minha opinião) e tb não vejo como comparar com a questão das armas. Eu não ando armado. Ela fica em casa. Será acionada (dependendo das circunstâncias, claro) se alguém invadir (ou tentar) minha propriedade. Começo a achar que o problema é que a lei é séria. E esse país não é sério. Todos sabemos disso... Abçs Em 31/07/08, Sylvio Carvalho <sylvio.carvalho@xxxxxxxxx> escreveu: Pô, Norman, Finalmente um assunto para eu discordar de vc. A ti não interessam analogias??? Como vc acha que o direito é feito?? Como pode ser proporcional ou razoável??? Quem vc acha que oferece maior risco à integridade dos outros, alguém que tomou cinco chopes e está a 60 km/h no eixão, ou alguém a 120, na mesma via. Sei que vc não bebe, não sei se já bebeu algum dia, mas qualquer um sabe que os níveis anteriores da legislação já eram rigorosos. Queremos agora ser mais santos que o Papa, isso sim é que eu chamo hipocrisia. Não acredito que alguém ache justo colocar na vala comum o pai de família que sai pra jantar com sua esposa, toma um vinho, e volta comportado para casa, com um enlouquecido que tomou todas e sai achando que é o Ayrton Senna. Aliás, é nesse ponto que eu queria tocar. Nenhuma das estatísticas apresentadas faz a associação do alcool com o excesso de velocidade. Parece até a do comentarísta de futebol, que diz que o Flamengo errou 15 passes e o Botafogo só 10. Sem considerar o total de passes a estatística não me diz quase nada. TODAS as tragédias noticiadas de acidentes com bêbados, os caras estavam em alta velocidade. Seria muito mais inteligente e produtivo fiscalizar o excesso de velocidade, mas os caras botam na legislação que antes de um pardal, eu devo colocar uma placa avisando que ele está ali. Se ataco o excesso de velocidade poderia fiscalizar até 100% dos veículos (sim é possível, até usando estes chips que serão obrigatórios), agora a lei seca, é verificada por bafômetros, por amostragem, são caros, e só funcionarão como ferramentas de corrupção, como já ocorre. Apimentando a discussão, uma lei de tal repercussão social, tratada em Medida Provisória, onde se usou a via transversa para burlar a Constituição, que veda a edição de medida provisória que trate de matéria penal. Assim o governo edita uma medida simples e o relator a enxerta com o que ele quiser. E dentro da urgência da tramitação, não ocorre a devida discussão na sociedade. Agora, me admira vc, nobre Norman, agindo com o mesmo radicalismo daqueles que quiseram lhe tirar o direito de possuir uma arma de fogo em sua residência para defesa de sua família. Naquele evento, a discussão e a vontade popular, manifestada na forma de plebiscito, contrariaram a própria vontade dos congressistas. Agora vem uns caras, tipo o correio braziliense (tudo minúsculo mesmo!) mostrar estatística comparativas com um período onde não havia nenhuma fiscalização. De que vale?? Nunca se tomou atiute para tirar os loucos da rua, por que? Será que não tinha o incentivo da multa de 1000 pilas? Sabe que no Rio, a DARJ-paralela tá valendo 500tinhos. Quem é que não paga? Ficar um ano sem carteira, 1000 de multa e processo administrativo e criminal, tá louco!!! Por fim, vc pergunta quem pode avaliar a capacidade ao volante de cada pessoa após ingerir 0,3 ou 0,5, simples é achar que não tem jeito, como falou alguém da lista, pode-se aferir o equilíbrio, foi o que entendi pelo "teste da faixa", ou outro teste de reflexo. Aí, até uns "sóbrios" seriam reprovados. Aliás, os exames de habilitação deveriam ser mais rigorosos, para avaliar quem tem condições psico-motoras para dirigir. Precisamos de uma legislação inteligente e moderna, não simplista e cômoda. Não entendo, por exemplo, por que os limites de velocidade para pista seca são os mesmos para pista molhada. Por que uma porsche tem que andar na mesma velociade de um caminhão trucado. Também quero que tirem os "bebuns" da via, mas não posso jogar a sociedade contra a lei que me proteje. Sylvio Em 28/07/08, Norman Rocha <norman.rocha@xxxxxxxxx> escreveu: A mim não interessam analogias, chega às raias da inocência. "Porque isso é assim aquilo tb deveria ser". Aí é melhor extinguir a raça humana e começar de novo. Ou melhor, só extinguir, sem recomeço hehe. Cada caso é um caso e não dá pra resolver tudo de uma vez só. Por hora, a vez é das bebidas. E começou bem. Bebedores, sejam de uma ou 10 doses, volte pra casa de outro jeito, sem dirigir. Até porque quem pode avaliar a capacidade ao volante de cada pessoa após ingerir 0,3 ou 0,5? Melhor nivelar por baixo e ponto final. A sociedade como um todo agradece. Em 28/07/08, jair francelino ferreira <jairfrancelino@xxxxxxxxxxx> escreveu: Eu não acho que nesse caso haja hipocrisia. Sou a favor da uma lei dura. Só que ela já existia, o que não existia era a fiscalização. Afinal 0,6 g de álcool no sangue já me parecia um limite razoável. Quase ninguém fica embriagado com isso. Pode ser que qualquer quantidade de álcool diminua mesmo o reflexo e a capacidade de evitar um acidente. Mas não provoca o acidente por si mesmo. Acho que a lei foi muito rigorosa ao diminuir o limite para a infração e, principalmente ao criminalizar a conduta de quem estiver com mais de 0,6 g de álcoolno sangue. Se fosse pra ser rigoroso assim, teríamos que criminalizar, por analogia - quem anda com pneus carecas, com freios, faróis ou amortecedores que não estejam funcionando cem por cento, ou em alta velocidade, pois essas atitudes também diminuem a capacidade de evitar um acidente mas são punidas, no máximo, com multa. Nesse caso, a lei acabou igualando todos os bebedores, punindo de maneira igual tanto aquele que toma dois chopes e pega o carro pra voltar pra casa quanto um que passa a noite mamando garrafas de vodka e depois insiste em dirigir, sem estar em condições nem de andar, transformando-se, aí sim, numa verdadeira ameaça à sociedade. Date: Sun, 27 Jul 2008 22:49:29 -0300From: norman.rocha@xxxxxxxxxxx: analistas2002@xxxxxxxxxxxxxxxxxxxx: [CamaraDas] Re: Fwd: Lei Seca Sou a favor da lei. Alguém esta proibindo as pessoas de beber? NÃO! Só arrume outro jeito de voltar para casa, que não seja dirigindo. Essa sociedade brasileira é hipócrita demais mesmo. Reclamam, fazem campanha de "paz no trânsito" etc. Mas qdo vem uma lei dura, para mudar a cultura da impunidade, diminuir de fato os acidentes e vítimas inocentes da irresponsabilidade reclamam de novo, só que dessa vez contra a lei. Ou seja, "tomem providências mas não mexam comigo ou com meus interesses". Impressionante! E mais. Por mim, em caso de reincidência tinha que perder a carteira por toda a vida. Brasileiro só funciona no tranco. 2008/7/25, Fátima Paes Loureiro <fatimapaes@xxxxxxxxx>: O extremo absurso dessa Lei Seca: a pessoa de bem, o trabalhador que apenas faz um Happy Hour no final do expediente, é o verdadeiro lesado nessa história! Subject: Lei Seca Conheça já o Windows Live Spaces, o site de relacionamentos do Messenger! Crie já o seu! Instale a Barra de Ferramentas com Desktop Search e ganhe EMOTICONS para o Messenger! É GRÁTIS! _________________________________________________________________ Confira vídeos com notícias do NY Times, gols direto do Lance, videocassetadas e muito mais no MSN Video! http://video.msn.com/?mkt=pt-br