[CamaraDas] "Azelite" e o estado policial

  • From: Niquele <niquele@xxxxxxxxx>
  • To: CamaraDas <analistas2002@xxxxxxxxxxxxx>
  • Date: Tue, 30 Aug 2011 12:05:24 -0300

São Paulo, segunda-feira, 29 de agosto de 2011



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*VINICIUS MOTA*

*A miséria da sociologia*

*SÃO PAULO -* Foi majoritária, como apontou a ombudsman Suzana Singer, a
manifestação de leitores da *Folha* no papel e na internet de apoio à
polícia, por conta de reportagens que traziam indícios de abuso de violência
de PMs paulistas.
O teor de muitas mensagens tocava no lugar-comum de que bandidos não merecem
salvaguardas legais. Estariam justificadas ações como a emboscada e a morte
de assaltantes de caixas eletrônicos.
Ondas de manifestações de leitores, sobretudo na internet, podem induzir ao
engano. O meio facilita a mobilização de pequenas correntes de opinião, que
acabam ganhando visibilidade desproporcional.
Mas há reiteradas provas de que a opinião pública, mesmo em fatia mais
instruída representada pelo leitorado deste jornal, não mais engole
acriticamente a cantilena dos direitos humanos. Talvez porque defensores dos
direitos humanos se mantenham atados a preconceitos teóricos descolados da
realidade.
O primeiro deles encara o crime como um fenômeno preponderantemente social,
e não individual. Se alguém delinquiu, em especial se for pobre, é porque um
feixe de determinações sociais, econômicas e culturais o levou a esse ato.
Antes de tornar-se algoz, foi vítima.
A responsabilidade individual deve ser relativizada, de acordo com esse
esquema ideológico. Já se o autor do crime pertence à chamada "elite
branca", como no caso de atropelamentos recentes, perdeu o direito ao
atenuante "social". Responsabilização nele.
O segundo preconceito estabelece que cadeia, polícia e Justiça criminal
compõem a trinca do demônio da opressão estatal. São os operadores de um
dispositivo perverso cujo objetivo é padronizar o comportamento da sociedade
e reprimir revoltas latentes. Evitar a revolução social, enfim.
Se o pensamento acadêmico-ongueiro dos direitos humanos não revir seus
pressupostos, vai pregar, cada vez mais, para o deserto.
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*vinimota@xxxxxxxxxx*

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