Em anexo envio a introducao que escrevi para o relatorio. Quem tiver interesse em corrigir e acrescentar, seria bom. (em formato codigo-fonte LaTeX; pessoas que nao usam Latex: apenas ignorem tudo que tem \ na frente e leiam o texto puro.) []'s -Leo
\section{Introdução} \subsection{Capacitores metal-óxido-semicondutor (MOS) $^\text{\cite{apostila-unicamp}, \cite{apostila-mit}}$} \par Capacitores de metal-óxido-semicondutor (MOS) são construídos intercalando uma interface de metal (condutor) com semicondutor, um óxido e outro metal, Fig. \ref{fig:dia-mos}. Neste caso, o capacitor é considerado ideal se não há presença de cargas no óxido e na interface Si/SiO$_2$, as funções trabalho do semicondutor e do metal são idênticas e a distribuição de dopantes no substrato (semicondutor) é homogênea. Os primeiros estudos sobre estes dispositivos foram desenvolvidos por J. E. Lilenfeld em 1926-1928, seguido então por O. Heil (1935) e W. B. Shockley e G. L. Pearson (1945). Em 1957 e 1960, G. J. Frosch, L. Derrick e J. A. Hoerni introduziram a tecnologia de fabricação destes dispostivos com filmes finos de dióxido de silício (SiO$_2$). Atualmente, a tecnologia MOS é utilizada na fabricação de dispostivos de alta qualidade em microeletrônica com baixo custo de potência, e a pesquisa nessa linha vem aumentando o uso de outros filmes dielétricos como o nitreto de silício (Si$_3$Ni$_4$), a alumina (Al$_2$O$_3$), o oxinitreto de silício (SiON) ou a intercalação de camadas dielétricas (Si$_3$N$_4$/SiO$_2$ ou SiO$_2$/Si$_3$N$_4$/SiO$_2$). \begin{figure}[h] \includegraphics{capacitor-mos} \caption{\label{fig:dia-mos} Diagrama de um capacitor MOS.} \end{figure} \begin{figure}[h] \includegraphics[scale=0.7]{cv-mos} \caption{\label{fig:cv-mos} Curva da capacitância $C$ pela voltagem $V$ no capacitor MOS.} \end{figure} \par A operação dos dispostivos MOS depende da tensão aplicada na superfície do semicondutor, e sua capacitância varia conforme esta tensão, qualitativamente como a curva na Fig. \ref{fig:cv-mos}. É possível distinguir três regiões definidas por duas voltagens, que são: \paragraph{\bf Acumulação.} Ao aplicar uma tensão tal que cargas de mesmo sinal que os portadores majoritários do semicondutor estão na base, os portadores, repelidos, acumulam-se na interface com o óxido. A camada de acumulação, para uma concentração alta de portadores majoritários, é equivalente a um segundo eletrodo num capacitor de placas paralelas (o primeiro sendo o eletrodo superior), resultando em um campo elétrico $E = -V_\mathrm{sup}/d_\mathrm{ox}$ no óxido, onde $V_\mathrm{sup}$ é a tensão no eletrodo superior e $d_\mathrm{ox}$ é a espessura da camada de óxido (aproximação de capacitor ideal de placas paralelas). Quando a superfície do semicondutor está saturada e desde que haja um contato ôhmico direto entre o substrato de Si e a região de acumulação das lacunas, a capacitância da estrutura MOS é máxima e aproximadamente igual a capacitância no óxido, que é: \[ C_\mathrm{max} = C_\mathrm{ox} = \epsilon_0 \epsilon_\mathrm{ox} S /d_\mathrm{ox} \] para a área $S$ do eletrodo superior. \paragraph{\bf Depleção.} Neste intervalo de tensão há um deslocamento dos portadores majoritários da superfície do substrato, expondo possíveis impurezas aceitadoras, formando uma região de depleção de portadores na superfície, constituida por íons aceitadores. Esta região atua compensando o campo elétrico aplicado. \paragraph{\bf Inversão.} Nesta região o semicondutor inverte seu papel (p.e.g. de tipo-n para tipo-p). Isso ocorre pois portadores majoritários são retirados da interface Si/SiO$_2$, expondo p.e.g. carga positiva se o semicondutor é do tipo-n. Segundo a lei de Boltzmann, a densidade de portadores decresce exponencialmente ao se distanciar da interface, crescendo em direção ao eletrodo da base. O número de portadores majoritários na interface descresce com a voltagem aplicada. Correspondentemente, o número de portadores minoritários cresce até tornar-se maioria, invertendo assim o papel do semicondutor. \subsubsection{Ruptura no SiO$_2$} \par Um campo elétrico muito intenso ($> 1$ MV/cm), maior que um certo valor crítico, provoca a ruptura do óxido, que deixa de ser isolante. A ruptura do dielétrico ocorre por um processo de avalanche de elétrons de energia alta o suficiente a penetrar a faixa proibida do óxido. Os elétrons injetados interagem com os demais elétrons na rede, nocauteando-os e assim gerando elétrons e lacunas livres que passam a nocautear mais elétrons e lacunas: um processo de multiplicação de portadores livres no dielétrico. \par Lacunas ou elétrons liberados podem também ocupar algumas ``armadilhas": impurezas e ligações atômicas quebradas (provocadas por tensões e defeitos) presentes no corpo do óxido. Estas armadilhas, normalmente neutras, quando carregadas pelo excesso de elétrons ou lacunas, são denominadas de cargas capturadas no óxido e localizam-se por todo o volume do filme de SiO$_2$, contribuindo para a corrente no óxido. Com isso, a ruptura do óxido pode ocorrer pela aplicação de campos menos intensos.