Legal! Estou juntando no relatório. Durante a madruga eu mando o pdf. Em Mon, Jul 04, 2005 at 07:58:30PM -0300, Kurama Yoko escreveu: > Nomes > > Bruno de Loos Gialluisi n ^o USP: 3682588. > > Willian Camargo Aires Maranhão n ^o USP: 3682470. > > Marco Aurélio Lamparelli > Content-Description: 3313459517-Relatório Projeto, Parte Teórica.doc > > Introdução > > Os métodos experimentais em espectroscopia oferecem contribuições > notáveis para estado da arte da física atômica e molecular, da química e da > biologia molecular. Muito do nosso atual conhecimento acerca da estrutura > da matéria é baseado em investigações espectroscópicas. Informações sobre a > estrutura molecular e sobre a interação de moléculas com seus vizinhos > podem ser derivadas de diversos modos a partir dos espectros de emissão > e/ou absorção gerados quando a radiação interage com os átomos e/ou > moléculas da matéria. > Medidas do comprimento de onda de linhas espectrais permitem a > determinação de níveis de energia de sistemas atômicos e moleculares. A > intensidade da linha é proporcional à probabilidade de transição que mede > quão fortemente dois níveis de uma transição molecular (ou atômica) estão > acoplados. Uma vez que a probabilidade de transição depende das funções de > onda de ambos os níveis de energia, medidas de intensidade são úteis para > verificar a distribuição espacial de cargas dos elétrons excitados, a qual > pode ser estimada a partir de soluções aproximadas da equação de > Schrödinger. > A largura natural de uma linha espectral pode ser resolvida por técnicas > especiais, permitindo determinar os tempos de vida médios de estados > moleculares excitados. Medidas da largura Doppler dão a distribuição de > velocidades das moléculas emitindo ou absorvendo e, com ela, a temperatura > da amostra. Do alargamento por pressão e deslocamentos por pressão de > linhas espectrais, podem ser obtidas informações acerca de processos de > colisão e potenciais interatômicos. Os efeitos de desdobramento Stark e > Zeeman por campos elétricos e magnéticos externos são importantes para > medir momentos de dipolo elétricos ou magnéticos, e esclarecem o > acoplamento dos diferentes momentos angulares em átomos ou moléculas, mesmo > com configurações eletrônicas complexas. A estrutura hiperfina de linhas > espectrais dá informação sobre a interação entre os núcleos e a nuvem > eletrônica e permite determinar, também, momentos de dipolo magnético > nuclear ou momentos de quadrupolo elétrico. Medidas resolvidas no tempo > permitem o acompanhamento da dinâmica das moléculas nos estados > fundamentais e excitados, para estudos de processos de colisão e mecanismos > de transferência de energia. > Estes são alguns exemplos das formas pelas quais a espectroscopia > contribui para o conhecimento do mundo sub-microscópico dos átomos e das > moléculas. Contudo, a quantidade de informação que pode ser extraída de um > espectro depende essencialmente do tipo de fonte de radiação usado para > "iluminar" as amostras, se coerente (laser) ou incoerente; da resolução > temporal ou espectral dos instrumentos de dispersão usados e, finalmente, > da sensibilidade de detecção que pode ser atingida. > > Espectro de radiações e unidades espectroscópicas: > > O espectro de radiações eletromagnéticas estende-se, em ordem crescente > de energia, das ondas de rádio, com longos comprimentos de onda (103 - 100 > m), até radiações de altíssima energia (raios-X e raios-?) com comprimentos > de onda muito curtos, entre 10-10 e 10-15 m. O espectro inclui também > regiões de radiações com energias intermediárias, entre microondas e o > ultravioleta de vácuo. Cada uma dessas regiões tem suas formas próprias de > serem produzidas e detectadas e não existe uma interface perfeitamente > definida entre regiões adjacentes, sendo o espectro contínuo do ponto de > vista macroscópico. > - Microondas são ondas eletromagnéticas com freqüências na faixa de 1 a > 100 GHz. Esta é a região da espectroscopia de ressonância de spin, e também > da espectroscopia rotacional, especialmente para moléculas pequenas na fase > gasosa. O extremo superior desta região já se sobrepõe com a região > espectral do infravermelho distante (far infra-red = FIR). > - O infravermelho se estende do limite superior da faixa de microondas > até o começo da região visível, em um comprimento de onda de cerca de 800 > nm. A parte de comprimentos de onda mais longos (0,1 - 1mm) é aplicável à > excitação de espectros rotacionais, enquanto a extremidade de comprimentos > de ondas menores (o infravermelho próximo, ? = 10-3 -10-1 mm) é a região > onde espectros vibracionais típicos das moléculas são observados: os > chamados espectros rotacionais-vibracionais. > - Transições eletrônicas começam no infravermelho, contudo elas ocorrem > com maior probabilidade nas regiões visível e UV. Aqui são observados > espectros de banda de moléculas, no sentido próprio do termo, isto é, > espectros consistindo de transições eletrônicas com transições vibracionais > e rotacionais superpostas. > - Além da extremidade de comprimentos de onda curtos do UV, e sobrepondo- > se com ela, está a região dos raios-X e, em seguida, de radiação ?. Com > radiação de tão altas energias, transições e estados dos elétrons mais > internos, aqueles nas camadas internas do átomo, podem ser investigados, > especialmente por espectroscopia de fotoelétrons. > Nas diferentes regiões espectrais, e também em várias disciplinas > científicas, uma variedade de unidades para medidas das freqüências e > comprimentos de onda da radiação está em uso, por razões práticas. Algumas > fórmulas de conversão importantes para as unidades que medem energia são: > > 1 cm-1 = 29,979 GHz = 1,2398 x 10-4 eV > > 1 kcal/kmol = 0,349cm-1. > > Medir energias em cm-1 ou em s-1 é uma prática conveniente e muito usada, > mas, estritamente falando, é incorreta. A unidade de energia, ou número de > onda, é definida pela relação > > [pic] (1). > > > Para a unidade de freqüência, temos > > ? = c/? = energia/h [s-1] (2). > > Nas fórmulas (1) e (2) h é a constante de Planck igual a 6,626 × 10-34 > J.s > > Espectro molecular: > > Podemos expressar a energia total de excitação de uma molécula, com boa > aproximação, como a soma das energias de excitações parciais dos níveis > eletrônico, vibracional e rotacional mencionadas acima: > > E = Eel + Evib + Erot (3), > > onde os subscritos el, vib e rot significam eletrônica, vibracional e > rotacional, respectivamente. > A Figura 1 ilustra os níveis vibracionais e rotacionais em dois estados > eletrônicos de uma molécula, I e II, e as possíveis transições entre eles. > > [pic] > Figura 1 - Níveis vibracionais (v) e rotacionais (J) de dois estados > eletrônicos de uma molécula denotados por I e II. As três setas indicam (da > esquerda para a direita) transições rotacional, rotacional-vibracional e > eletrônica da molécula. > > As transições obedecem a regras de seleção que satisfazem o princípio de > Franck-Condon (Ver referência [1]) e podemos distinguir entre três tipos de > espectros ópticos: > Espectros rotacionais são transições entre os níveis rotacionais de um > dado nível vibracional em um estado eletrônico particular. Somente o número > quântico rotacional J muda nessas transições. Estes espectros estão na > região de microondas ou no infravermelho distante. Eles consistem > tipicamente de um grande número de linhas espectrais aproximadamente > eqüidistantes. Os espectros rotacionais também podem ser observados por > meio de espectroscopia Raman. > Espectros rotacionais-vibracionais consistem de transições dos níveis > rotacionais de um certo estado vibracional para os níveis rotacionais de um > outro estado vibracional no mesmo termo eletrônico. O estado de excitação > eletrônica, assim, permanece inalterado. Mudam os números quânticos J e v, > onde v caracteriza os níveis vibracionais quantizados. Estes espectros se > encontram na região do infravermelho. Eles consistem de um número de > "bandas" que são grupos de linhas estreitamente espaçadas, denominadas de > linhas de banda. Eles podem ser observados com espectroscopia Raman, assim > como espectroscopia infravermelha. > Espectros eletrônicos consistem de transições entre os níveis rotacionais > dos vários níveis vibracionais de um estado eletrônico e os níveis > rotacionais e vibracionais de um outro estado eletrônico. Isto é chamado de > sistemas de bandas. Ele contém todas as bandas vibracionais da transição > eletrônica em observação, cada uma das quais com sua estrutura rotacional. > Em geral todos três números quânticos mudam nessas transições: J e v, e > mais aquele que caracteriza o estado eletrônico (n, l, ml ou j e mj). > > Métodos experimentais de espectroscopia de átomos ou moléculas > > i) Espectroscopia Raman > > Uma técnica muito utilizada no estudo da estrutura de sistemas > moleculares é a espectroscopia Raman. A nível molecular a radiação pode > interagir com a matéria por processos de absorção ou de espalhamento, e > este último pode ser elástico ou inelástico. O espalhamento elástico de > fótons pela matéria é chamado de espalhamento Rayleigh, enquanto o > espalhamento inelástico, relatado pela primeira vez em 1928 pelo físico > indiano Chandrasekhara Vankata Raman, é chamado de espalhamento Raman. No > espalhamento inelástico de luz a componente de campo elétrico do fóton > espalhado perturba a nuvem eletrônica da molécula e pode ser entendido como > um processo de excitação do sistema para um estado "virtual" de energia. > Vejamos, em resumo, a descrição do efeito a nível molecular: suponhamos > que a molécula se encontre em algum estado vibracional, não necessariamente > o fundamental, e absorve um fóton de energia h?i que a excita para um > estado intermediário (ou virtual). Imediatamente ela efetua uma transição > para um estado de energia mais alta que o estado inicial emitindo > (espalhando) um fóton de energia h?s, de maneira que h?s < h?i. A fim de > conservar a energia, a diferença h?i - h?s ' h?cb excita a molécula para > um nível de energia vibracional mais alto. Se a molécula está inicialmente > em um estado vibracional excitado (o que pode acontecer, por exemplo, se a > amostra está aquecida), depois de absorver e emitir um fóton, ela pode > decair para um estado de energia mais baixa Neste caso h?s > h?i > significando que alguma energia vibracional da molécula foi convertida em > energia do fóton espalhado, de tal forma que h?s - h?i ' h?ba. > > [pic] > Figura 2 - Esquema dos níveis de energia moleculares nos processos de > espalhamento Raman Stokes e anti-Stokes. > > Em ambos os casos a diferença de energia entre os fótons espalhado e > incidente é chamada de deslocamento Raman e corresponde a diferenças de > níveis de energia específicos da amostra em estudo. Dependendo se o sistema > perde ou ganha energia de vibração (ou de rotação) a freqüência do > deslocamento Raman se dá acima e/ou abaixo da energia do fóton espalhado, > em relação ao fóton incidente. As componentes deslocadas para baixo e para > cima são chamadas de Stokes e anti-Stokes, respectivamente. > Um gráfico do número de fótons espalhados detectados (ou da intensidade > de luz espalhada) versus o deslocamento Raman em torno de um comprimento de > onda laser incidente, dá o espectro Raman. Isto pode ser medido, também, > diretamente em função do comprimento de onda. > A Figura 3 ilustra o espectro Raman de uma amostra de dissulfeto de > carbono (CS2) em uma fibra óptica oca, excitado por um laser de Nd:YAG em > 532nm. > > > [pic] > Figura 3 - Espectro Raman mostrando a linha Rayleigh e três modos Raman > anti-Stokes em CS2 excitado a 532nm. > > O alargamento lateral das linhas observado na Figura 3 é devido a um > fenômeno óptico não linear conhecido como efeito Kerr óptico [3]. > Há uma diferença importante entre os espectros Raman de gases e líquidos, > daqueles obtidos com sólidos, particularmente cristais. Para gases e > líquidos é significativa a noção dos níveis de energia vibracionais das > moléculas individuais. Os materiais cristalinos, por seu lado, se comportam > como se toda a rede cristalina sofresse vibração produzindo um efeito > macroscópico cujos modos são chamados de fônons. > > Referências: > > 1. Eisberg, R. Resnick, Física Quântica, Cap.11, Campus, RJ, 1979. > > 2. R.R.B. Correia, P.Alcantara Jr., S.L.S.Cunha; Chem. Phys. Lett. 313, > 553-558, 1999. > > -- rhatto em riseup.net chave pública: id 0x6B566777 / keys.indymedia.org