[Imagem inline 1] São Paulo, 25 de Maio de 2012 – Dia da África. Repúdio pelo assassinato da estudante angolana Zulmira e apoio à nota do IDDAB O Centro de Direitos Humanos e Cidadania do Imigrante (CDHIC), uma organização da sociedade civil que tem como objetivo promover e articular ações que visem à construção de políticas públicas migratórias em respeito os Direitos Humanos dos imigrantes e suas famílias no Brasil torna público seu repúdio diante do fato noticiado dia 22 de maio, em que a jovem angolana Zulmira Cardoso foi morta e outros quatro imigrantes angolanos foram gravemente feridos em um bar na região do Brás, em São Paulo. Os agressores, minutos antes haviam ofendido os angolanos com frases de cunho racista. A jovem Zulmira, comemorava ali com os amigos seu aniversário de 27 anos. O fato causa grande indignação e revolta! Inaceitável! Não há outra forma de se referir a este episódio: inaceitável. É por isso que declaramos aqui nosso apoio e endosso à nota publicada pelo Instituto do Desenvolvimento da Diáspora Africana no Brasil (IDDAB), que aqui reproduzimos em trechos: “Esse fato é mais um que faz o quadro triste de não proteção dos cidadãos africanos, sobretudo os estudantes, no território brasileiro. A transferência do racismo contra os negros-brasileiros para oscorpos dos negros-africanos é uma das explicações dessa violência que tendem quase ao genocídio dos africanos no país: o fato de ser negro se torna o motivo de eliminação dos portadores da negritude. Se não é a polícia que comete essas ações bárbaras, são os cidadãos brasileiros comuns que o fazem. Pois, na sua mente acreditam que o corpo negro não vale nada e o corpo negro-africano pior ainda. Essa prática racista e desumana para ser compreendida deve-se acionar a arqueologia da escravidão racial das plantações e o racismo do século XIX que deixaram suas marcas nas estruturas sociais e burocráticas dos séculos XX e XXI no Brasil. Essas práticas andam contra os direitos humanos e da Constituição Brasileira.” (...) É com muita tristeza que estamos denunciando que essas ações estão cada vez mais se multiplicando e queremos ações concretas da parte das autoridades governamentais brasileiras e diplomáticas africanas: punir os criminosos e garantir a segurança dos africanos no território nacional.(...) Este país foi construído com o sangue, suor e as mãos de nossos avós africanos! Aos parentes angolanos que perderam a sua filha, expressamos a nossa grande tristeza.” Fonte: http://iddab.wordpress.com<http://iddab.wordpress.com/> Combater a xenofobia e o racismo deveria ser um princípio que regesse as ações dos governos no Brasil, em todas as instâncias. Mas casos como o de Zulmira, assim como a violência sofrida recentemente por centenas de africanos no Centro de São Paulo, o preconceito e a exploração a que são submetidos imigrantes sul-americanos, provam o contrário: tal como pobres e negros brasileiros, nossos irmãos imigrantes africanos, latinoamericanos, caribenhos e tantos outros enfrentam toda forma de discriminação, que culmina muitas vezes em perseguição, violência estatal, desigualdade e episódios tristes como a morte da angolana Zulmira e seus quatro amigos que estão hospitalizados. Registramos nossa solidariedade com as comunidades de Angolanos no Brasil e manifestamo-nos favoráveis às mobilizações, protestos e pedidos de Justiça para esse caso, como o protesto ocorrido no Rio de Janeiro e de outros grupos organizados que denunciam o Genocídio da Juventude Negra. Que as autoridades ajam séria e rapidamente na apuração dos crimes e apoio às vitimas e familiares. Resta uma pergunta:qual seria a reação das autoridades brasileiras se uma jovem brasileira residente no exterior e outros quatro amigos fossem baleados por motivação xenofóbica? Estariam em silêncio? Centro de Direitos Humanos e Cidadania do Imigrante – CDHIC coordenacao@xxxxxxxxxxxx<mailto:coordenacao@xxxxxxxxxxxx> www.cdhic.org.br<http://www.cdhic.org.br/> -- Paulo Illes Coordenador Executivo Centro de Direitos Humanos e Cidadania do Imigrante - CDHIC / Espaço Sem Fronteiras - ESF Membro de Presença da América Latina Fone/Fax: 00 55 11 2384-2274/7186 7369 *Skype:* paulo.illes Rua Bernardo Magalhães, 203 Tatuapé, São Paulo / SP www.cdhic.org.br<http://www.cdhic.org.br> / www.espaciosinfronteras.org<http://www.espaciosinfronteras.org> "A mente que se abre a uma nova idéia jamais voltará ao seu tamanho original". Albert Einstein