Prezadas e prezados aqui da lista,
Eu tenho recebido e-mails de pessoas aqui da lista, estudantes de doutorado ou
já doutores, perguntando sobre suas reais possibilidades de conseguir alguma
das vagas anunciadas por aqui. Algumas dessas pessoas se referem às vagas aqui
anunciadas como sendo “de sonho” ou “inalcançáveis”. Eu acho isso preocupante.
Em tempos tristes de uma insana tentativa em desmantelar a educação e ciência
brasileiras, lembrem-se sempre de que a educação acadêmica no Brasil se
equipara a educação acadêmica em qualquer outra parte do mundo. Temos ótimos
professores e ótimos currículos escolares, universidades espalhadas em quase
todos os cantos do país que permitem um acesso mais diverso da população aos
diferentes biomas nacionais, acesso a publicações internacionais, diversos
congressos nacionais para facilitar a troca de ideias entre grupos de pesquisa,
e criatividade e competência para fazer ciência de qualidade. E isso nós
fazemos bem no Brasil.
Problemas administrativos e econômicos nos impedem de ter acesso a ultima
tecnologia, ou atrasam algumas das nossas atividades acadêmicas e científicas.
Esses problemas costumam atrapalhar a ciência praticada no Brasil, mas esses
problemas não se referem a qualidade do pesquisador brasileiro. Lembrem-se
sempre disso. Ciência boa se faz, em primeiro lugar, com raciocínio lógico
sério, muita curiosidade, e também criatividade. Essas três características não
dependem de fatores externos, mas apenas de nós mesmos. Junto a isso, há
algumas habilidades importantes que necessitam ser aprendidas para se fazer
ciência de qualidade: domínio da teoria, conhecimento estatístico ou matemático
relevante, e fluência no idioma usado para trocar ideias pelo mundo (no mundo
científico atual, esse idioma é o inglês. Sejam fluentes nele). O acesso a
equipamentos de ponta é, com certeza, uma parte importante da ciência. Mas
equipamentos de ponta não formam um cientista, e nenhum pesquisador no mundo
vai contar com todos os últimos equipamentos em seu laboratório. Colaborações
são importantes aí também.
Além disso, mantenham um perfil on-line atualizado (Google scholar e
ResearchGate, no mínimo), mantenham um CV on-line (sugiro usar o wordpress ou
qualquer outro servidor gratuito. Compartilho aqui o meu como um exemplo:
https://andrefrainer.com ;), respondam a e-mails de colaboradores e pessoas
interessados no trabalho de vocês imediatamente (jamais deixem um possível
colaborador/entrevistador sem resposta ou ‘de molho’), mantenham alta ética no
trabalho e sejam gentis com colegas e alunos. Vocês estarão competindo de igual
para igual com pesquisadores do resto do mundo.
*Vou me permitir postar esse e-mail aqui, pois me pareceu necessário responder
de modo geral aos e-mails que eu recebi. Mas, como moderador da lista, peço que
qualquer resposta a esse assunto seja enviada diretamente a mim
andre.frainer@xxxxxx<mailto:andre.frainer@xxxxxx> para evitar SPAMs no grupo.
Sigam com o trabalho sério e competente de vocês, acreditem sempre nas suas
qualidades, e tentem melhorar sempre! Diversas pessoas aqui da lista já
conseguiram posições de doutorado ou pós-doc ao redor do mundo. Basta tentar,
com cabeça erguida e esperança. Boa sorte!
Atenciosamente,
André
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Grupo para divulgação de oportunidades em ecologia:
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André Frainer (PhD)
Research Scientist
UiT The Arctic University of Norway
Norwegian College of Fishery Science
Tromsø, Norway
NINA - Norwegian Institute for Nature Research
Tromsø, Norway
phone (Norway): 0047 9020 0274