[gulf] CNPq abre as portas da Plataforma Lattes para a Comunidade de Software Livre

  • From: "Douglas F. D. Carvalho" <d023569@xxxxxxxxxxxxxx>
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  • Date: Sat, 19 Apr 2003 04:13:07 -0300 (BRT)

Os usuários e os desenvolvedores não adeptos do ambiente Windows já podem
comemorar. O CNPq acaba de anunciar o lançamento do ?Projeto Lattes para
Linux?, que representa a abertura da plataforma de informações sobre C&T
para o sistema operacional Linux.
Em breve, os sistemas Lattes off-line, que hoje atendem a 98% da
comunidade científica, usuária do sistema MS-Windows, passarão a ter
versões também para os ambientes preferidos pela comunidade de software
livre. Segundo os responsáveis pelo projeto de abertura da Plataforma
Lattes, Paulo Henrique Santana, Coordenador Geral de Informática do CNPq,
e Roberto Pacheco, Coordenador do Grupo Stela da UFSC, há dois objetivos
no projeto: o primeiro é permitir que os sistemas Lattes possam ser
instalados em computadores que utilizam Linux; e o segundo é permitir que
versões alternativas para esses sistemas, construídas por desenvolvedores
da comunidade de software livre também possam ser considerados
?aplicativos Lattes?.
No primeiro conjunto de ações, os sistemas Lattes off-line permitirão que
os usuários Linux possam atualizar informações de grupos de pesquisa,
currículos e projetos, ainda que estejam desconectados da Internet.
Atualmente esses usuários só podem atualizar suas informações no CNPq por
meio de sistemas on-line, disponíveis na página Web da plataforma. Para
que os sistemas rodem em plataformas Linux, o CNPq solicitou a migração
dos sistemas atuais para esse ambiente. Já está, também, em fase final de
desenvolvimento o Sistema Grupo para Linux e esse trabalho será a base
conceitual da migração do sistema de currículos e do sistema de propostas
do CNPq.
Mas a abertura não se limita à migração dos sistemas atuais para o
ambiente Linux. ?Nossa pretensão é permitir que integrantes da comunidade
de desenvolvedores possam criar seus próprios sistemas e enviar as
informações para a agência?, esclarece Pacheco. Para tal, o grupo está
criando bibliotecas que garantirão a identidade de usuários, a qualidade
dos dados enviados e os sistemas de recepção/envio ao CNPq. O restante dos
sistemas (interfaces de atualização, relatórios, etc.) estará livre à
imaginação da comunidade Linux.
Pela primeira vez uma agência federal do País aceitará aplicativos
alternativos aos seus próprios sistemas. ?O feito é resultado, primeiro,
da padronização das informações ? também realizada em colaboração com as
universidades ? e da promoção de não exclusividade de ambientes
tecnológicos. Essa era a principal reivindicação da comunidade brasileira
de software livre?, destaca Roberto Pacheco. Segundo Santana, essa é ?uma
iniciativa pioneira em plataformas de governo, que poderá servir de
paradigma para abertura de sistemas a outras agências?.
O projeto de abertura da Plataforma Lattes já havia sido divulgado em
dezembro de 2002, em Florianópolis, durante o III Workshop da Comunidade
LMPL ? grupo que congrega oito universidades brasileiras e trabalha de
forma cooperativa na definição de padrões para as informações da
Plataforma Lattes. A novidade agora é que o CNPq está criando uma
instância para discussão com a própria comunidade de software livre.
?Resta-nos saber qual será a receptividade e opinião da comunidade de
software livre, que está agora com a palavra?, destaca Santana.
Sistemas Lattes para todos
Como está sendo realizado o projeto de abertura? Uma análise mais
detalhada permite mostrar as duas frentes de trabalho que os responsáveis
pela Plataforma Lattes adotaram: de um lado migrar os sistemas atuais e,
na outra frente, o projeto mais arrojado de generalizar os sistemas
básicos da Plataforma de modo a permitir que outros sistemas também possam
se comunicar como CNPq.
Atualmente, se um usuário Linux quiser preencher seu currículo, grupo de
pesquisa ou projeto de pesquisa sem estar conectado à Internet, deverá
necessariamente passar para o ambiente MS-Windows. Com o projeto de
abertura da Plataforma Lattes, essa realidade tende a mudar, com os
sistemas da plataforma estando presentes em outros ambientes. De um lado
está o esforço do próprio grupo responsável pelos sistemas atuais em
migrá-los para o ambiente Linux, mas de outro está o projeto de permitir
que a própria comunidade Linux construa seus sistemas Lattes. Essa tem
sido uma das demandas ao CNPq. Com esse projeto, haverá quem encaminhe
seus dados e documentos de forma digital utilizando sistemas construídos
por terceiros e avalizados pelo CNPq. Para tal, bastará que os sistemas
utilizem o mesmo padrão de informações da Plataforma Lattes ? definido
pela Comunidade LMPL ? e façam uso das bibliotecas Lattes para Linux. Ao
final, a comunidade de Software Livre poderá tanto utilizar os sistemas
Lattes para Linux da Plataforma como acrescer a essa seus próprios
sistemas. Os sistemas novos terão os procedimentos de identificação de
usuário, verificação de erros e de comunicação com o CNPq automaticamente
controlados por bibliotecas fornecidas pela Agência.
Segundo o desenvolvedor Marcelo Domingos, do Grupo Stela, essa nova camada
de serviços - que poderá ser baixada do site da Plataforma - oferecerá
exatamente todas as funções essenciais para garantir a qualidade da
informação e a segurança de conexão ao CNPq. ?Nosso compromisso é com a
verificação da consistência dos dados finais com o que é exigido na
Plataforma Lattes em relação à identidade e privacidade de seus usuários.
O plano é não interferir nos sistemas que surgirão, desde que eles
respeitem esses princípios básicos?, esclarece Domingos.
Autor(a): Núcleo de Mídia Científica / UFSC 13/03/2003

Fonte: http://lattes.cnpq.br/materias.jsp?id=20030313-1




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