Muuuito trabalho depois (mais muito mesmo!), o grupo de tensão de ruptura parece que finalmente chegou a um problema maior ainda! :) Eu participei da discussão do problema e da tomada de dados e, conforme combinado, escrevi um esboço de análise de dados sobre o que se passou hoje no lab. Galera, leiam, critiquem, modifiquem... à voltade! Segue em anexo o que escrevi. Acho que ainda está incompleto, precisa de um pouco mais da análise dos dados e dos links corretos para a esquematização dos circuitos utilizados. Valeu, Marco ______________________________________________________________________ Yahoo! Mail: 6MB, anti-spam e antivírus gratuito! Crie sua conta agora: http://mail.yahoo.com.br
\subsection{Análise de Dados ? Tensão de Ruptura} Inicialmente, ligando um dos capacitores de menor área no circuito XXX, variou-se a tensão da fonte procurando obter seu valor da tensão de ruptura. Porém, a fonte de tensão contínua utilizada inicialmente, atingia um pico máximo de tensão por volta de 30 V, o que não foi suficiente para romper o capacitor. Montou-se então o circuito YYY, para que se aproveitasse a tensão da rede elétrica (cerca de 155,5 V em seu valor de pico) e atingisse assim maiores valores de tensão. Conseguiu-se com esta fonte cerca de 97 V em corrente contínua. Novamente repetiu-se o experimento, aumentando gradativamente a tensão na fonte e esperando que o capacitor rompesse, passando uma corrente no circuito (medida com um amperímetro). Por volta de 2 V, um estalo no potenciômetro acusou um curto circuito e tinha-se assim o capacitor rompido, conforme verificado posteriormente com um ohmímetro. O capacitor rompera com uma tensão muito abaixo do que já havia sido aplicada. A hipótese inicial, depois de algum estudo, foi que o sentido da polarização do capacitor influencia no seu valor de capacitância, e conseqüentemente no seu valor de tensão de ruptura. Acidentalmente, invertera-se a ordem de polarização do capacitor no momento em que se trocava a fonte, colocando assim o capacitor não mais na ordem reversa de polarização e sim na ordem direta. O significado físico desta hipótese baseia-se na composição de um diodo: na ordem direta de polarização a camada de depleção é vencida e há fluxo de corrente no circuito. Porém, na ordem inversa de polarização, os portadores minoritários migram para a extremidade do semicondutor criando um potencial no dielétrico, que impede o fluxo de corrente elétrica. No caso do capacitor em questão, quando polarizado em ordem inversa, os portadores minoritários do silício (que antes comportava-se apenas como um condutor, sendo dielétrico apenas o óxido de silício) migram para a área próxima ao óxido, criando uma barreira de potencial a mais neste ponto, criando assim \emph{outra camada de dielétrico}. A capacitância neste caso é inferior ao caso anterior, visto que além da distância efetiva entre as placas do capacitor aumentar, esta nova camada de dielétrico passa a influenciar. Portanto, em primeira análise, concluiu-se que realmente havia-se invertido o sentido de polarização do capacitor. Uma nova análise foi feita sobre um outro capacitor de mesmas características que o anterior, porém desta vez com o cuidado do sentido de polarização do capacitor (análise com o circuito YYY). O valor encontrado para a tensão de ruptura na polarização direta do capacitor foi 80(10) V. Esta imprecisão está relacionada ao fato de que o capacitor não se portou como os capacitores convencionais, pois a resistência no circuito aumentava gradativamente com o aumento da tensão, na faixa de tensão apresentada (nos capacitores convencionais a resistência decai muito rapidamente, fazendo com que a corrente no circuito passe de zero ao infinito num intervalo de tensão muito curto). Uma análise da tensão de ruptura no sentido inverso de polarização foi feita em um outro capacitor de características semelhantes aos anteriores. Desta vez, como esperado, a tensão de ruptura encontrada foi 12(2) V. Porém, uma característica diferente aparecera ao circuito: o ohmímetro acusava \emph{resistência finita} quando colocado em um sentido no circuito e \emph{circuito aberto} quando colocado no outro sentido do circuito. As características do ohmímetro neste caso se tornaram relevantes: uma pilha é ligada em série com o circuito e a corrente elétrica gerada é proporcional à resistência em questão. Isto implica que o ohmímetro analisa o circuito com corrente contínua e somente há passagem de corrente quando este está ligado em um sentido específico no circuito. Estas são as características de um diodo, o que leva a concluir que, quando rompido com polarização inversa, o capacitor age como um diodo. Fisicamente, a hipótese levantada pelo grupo é de que apenas a camada de óxido de silício rompera, mas a camada de depleção ainda continua ativa, deixando assim a característica de diodo ao capacitor. Novamente, outra nova característica fora observada no capacitor: quando se aplicou uma tensão sobre o capacitor rompido pelo sentido inverso de polarização, porém agora com a polarização direta, ele voltou a comportar-se como um capacitor, retomando as suas características originais. Este processo foi repetido por cerca de cinco vezes sobre o mesmo capacitor, e suas características voltavam às originais após cada etapa. Porém, o capacitor rompido no sentido direto de polarização, não pôde ser revertido, conforme era esperado pelo raciocínio inverso do anterior. Desta vez o grupo não conseguiu concluir o que realmente acontecera nesta parte do experimento. Com relação ao rompimento irreversível no sentido de polarização direto, a hipótese levantada é que as características de diodo (camada de depleção) e as características do dielétrico foram destruídas, destruindo todo o sistema e tornando impossível a reversão. Com relação à reversibilidade da polarização direta (sem fatos experimentais que provem os mesmos), o grupo levantou duas hipóteses: \begin{itemize} \item I - Migração de átomos de silício ou de ouro para dentro do óxido de silício quando a ruptura é em polarização reversa, fazendo com que as características dielétricas do óxido sejam mantidas, porém os átomos migrados anulam o efeito dielétrico do mesmo, deixando em contado a placa superior do capacitor com a placa inferior de silício (e o processo seria reversível pelo raciocínio inverso, invertendo-se a polarização do capacitor os átomos voltam aos seus lugares, ``reativando´´ a camada dielétrica); ou \item II ? Portadores de carga (elétrons ou buracos) impregnam-se no óxido de silício após a ruptura pela polarização inversa, anulando o efeito dielétrico do mesmo, porém preservando suas características (novamente o processo seria reversível pelo raciocínio inverso: polarização direta faz com que os portadores saiam do dielétrico). \end{itemize} Este será um trabalho a ser realizado no futuro, pois o grupo julgou que é além dos objetivos desta disciplina avançar mais neste estudo.